1. Jardim do Rio, Almada
Ainda é um segredo bem guardado, este Jardim do Rio, um bom pedaço de relvado, salpicado de árvores e bancos, que se estende à beira-Tejo, desde a Fonte da Pipa, um fontanário mandado construir por D. João V em 1736, até aos casarios do Cais do Ginjal. E, acredite caro leitor, não será exagero dizer que dali temos uma das melhores vistas para a cidade de Lisboa. O piquenique poderá servir de pretexto para um passeio nas redondezas, com duas paragens obrigatórias: uma para conhecer o Museu Naval de Almada, outra para beber um café na esplanada do restaurante Ponto Final, com as mesas postas, literalmente, à beira-rio. Antes de ir embora, vale a pena subir no elevador panorâmico da Boca do Vento, que liga o jardim a Almada Velha, e deixar-se ficar a contemplar. Cais do Ginjal, Cacilhas, Almada
2. Lagoa de Albufeira, Sesimbra
Chegados à Lagoa de Albufeira, faça-se uma paragem no Centro Náutico para alugar uma canoa ou um caiaque e zarpar até ao sossego da outra margem. Para quem não gosta de grandes aventuras, pode reservar lugar a bordo de um pequeno barco e chegar sem esforço. Do outro lado, há um imenso areal (e sombras, acrescente-se) para estender a toalha e saborear o piquenique. Nesta zona banhada por água doce e salgada, a ausência de ondas é um convite a mergulhar e a dar umas braçadas. Já a tranquilidade, incentiva à leitura ou a uma sesta. Uma pequena caminhada desvenda lugares secretos nesta espécie de paraíso, ainda em estado selvagem, onde o tempo parece abrandar. Lagoa de Albufeira, Sesimbra
3. Parque de merendas de Escaroupim, Salvaterra de Magos
Quando se chega à única aldeia avieira recuperada, a sete quilómetros de Salvaterra de Magos, é impossível não travar os olhos no sossego do Tejo ou não ficar meio zonzo com tantas garças que se abrigam num mouchão logo à nossa frente. Há por aqui muitos barcos de pesca ancorados que, na devida época, se enchem de lampreia, sável ou enguia. Antes de nos sentarmos numa das mesas do parque de merendas, à espera que o lume do churrasco fique pronto ou a esvaziar o cesto do piquenique, cheio de coisas boas, há dois sítios a não perder. Ambas as visitas são rápidas, mas ajudam a compreender o território, nascido da fixação dos pescadores de Vieira de Leiria nas margens do Tejo: a casa típica avieira, mesmo ao pé da zona dos piqueniques, e o Museu Escaroupim e o Rio, que fica na antiga escola primária. No final da refeição, não nos deixemos levar pela moleza – mais vale aventurarmo-nos água adentro para apreciar a beleza deste pedaço do Ribatejo. L.O. Escaroupim, Salvaterra de Magos
4. Parque Linear Ribeirinho Estuário do Tejo, Vila Franca de Xira
Sempre junto ao Tejo, é muito procurado para caminhadas, corridas e voltas de bicicleta, e a paisagem explica porquê: além do mouchão (uma ilha agrícola abandonada), permite avistar aves limícolas, bateiras antigas comidas pelo lodo, salinas abandonadas e pescadores a aguardarem pacientemente que robalos e linguados venham morder o isco. Também não lhe falta um campo de vólei de praia e um parque de merendas, com mesas, grelhadores, sobreiros e pinheiros-mansos que dão boa sombra. Dali, parte o Trilho do Tejo, um percurso pedonal de madeira, suspenso sobre estacas, que acompanha, ao longo de 700 metros, a margem do rio. I.B. Póvoa de Santa Iria, Vila Franca de Xira
5. Mata Nacional dos Medos, Almada
Nada há a recear nesta Mata Nacional dos Medos, na Charneca de Caparica, que se estende por 340 hectares sobre a arriba fóssil. O nome, explique-se, deriva da designação dada aos montes de areia (lê-se “médus”) formados por ação do vento, junto ao mar. Para proteger as terras agrícolas, D. João V mandou cobrir esta zona de pinheiros – daí também a designação de pinhal do Rei. Logo à entrada, existem duas mesas de piquenique, mas vale a pena seguir o som das ondas do mar, que se avista do alto desta falésia, e escolher outro poiso. O caminho é feito de pinheiros-mansos, aroeiras e camarinhas, com os pés cravados na areia e uma paisagem que nos leva do cabo Espichel à serra de Sintra. Classificada, em 1971, como Reserva Botânica, a mata integra a Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica. Charneca de Caparica, Almada
6. Quinta do Pisão, Cascais
Escondida aos pés da serra de Sintra, a Quinta do Pisão está mergulhada no silêncio, cenário propício a longos passeios a pé ou de bicicleta (disponíveis para aluguer), com pausas à sombra dos pinheiros. Nesta quinta de 380 hectares onde, além de numerosos trilhos, vivem burros lanudos mirandeses e cavalos, não faltam poisos para fazer um piquenique: seja no parque de merendas, junto ao Centro de Interpretação Ambiental, seja nas mesas abrigadas pela sombra das árvores em frente ao estábulo do Refilão e a caminho da Horta Biológica. Por falar em horta, diga-se que esta funciona como um mercado ao ar livre: de segunda a sábado, de manhã, os interessados podem apanhar, diretamente da terra, os vegetais da época que querem comprar. E que bem saberá uma salada de tomate e alface, acabados de colher, com vista para o campo. I.B. EN9-1, Cascais > T. 21 581 1750 > seg-dom, 9h-21h > grátis
7. Mata das Guimbras, Santa Maria da Feira
Ultrapassado o Rossio, em Santa Maria da Feira, a Natureza exuberante cria um cenário de fundo de tons de verde, feito de árvores imponentes, de copas inalcançáveis. A Mata das Guimbras, em conjunto com o jardim histórico da Quinta do Castelo e a encosta ao lado do Museu do Convento dos Loios, esconde uma imensa biodiversidade que vale a pena conhecer. Sem portões a marcar a entrada, esta área de mata com cerca de cinco hectares, conhecida por acolher, anualmente, o festival Viagem Medieval, estende-se ao longo das margens do rio Cáster. Para abrir o apetite ou depois do piquenique, percorra-se o trilho das Guardiãs do Castelo (as tais árvores de que falávamos no início), pontuado por carvalhos, aveleiras, sequoias, magnólias e castanheiros dignos de contemplação. Alameda Roberto Vaz de Oliveira, Santa Maria da Feira
8. Parque de Avioso, Maia
A uma das maiores manchas verdes da Maia (30 hectares), pode chegar-se de carro (fica junto às estradas nacionais 14 e 318) ou de metro (saída Castelo de Maia). Os seus 4,5 km de percursos pedestres ou cicláveis (há três, de pequena rota: Torre, Mata e Ribeira) levam-nos a mergulhar por entre a floresta espontânea como o salgueiro, o amieiro, o feto-dos-montes, o carvalho-alvarinho, a urze ou a giesta. Entre lagos e ribeiras, tanto podemos encontrar o melro-d’água, o chapim-real ou, se tivermos sorte, um coelho. Um oásis verde, com dois miradouros, onde se pode fazer um piquenique na relva ou na zona de merendas. R. do Monte Grande (entrada principal) / R. do Património, São Pedro do Avioso, Castêlo da Maia, Maia > T. 22 986 7180 > seg-dom 8h-21h > grátis
9. Parque Ambiental do Buçaquinho, Ovar
Cheira a ervas aromáticas (alecrim, tomilho, manjerona, alfazema…) e a pinheiro, neste parque ambiental nascido da recuperação de uma antiga ETAR (prémio Green Project Awards 2016, na categoria de Cidades Sustentáveis). Nestes 24 hectares de floresta protegida, entre Esmoriz e Cortegaça, com seis lagoas alimentadas pelas águas do rio Lombo, estenda-se a manta na relva (não são permitidas cadeiras), apreciando a Natureza. Aproveite-se ainda para observar aves, a partir dos postos específicos, andar a pé ou de bicicleta (aluguer gratuito) pelos trilhos de terra batida ou de madeira, ou conhecer a Barrinha de Esmoriz, ali mesmo ao lado. R. do Buçaquinho, Esmoriz, Ovar > T. 800 204 679 > seg-dom 9h-20h > grátis
10. Parque da Lavandeira, Vila Nova de Gaia
Ampliado e renovado este ano, o Parque da Lavandeira, a dois passos do centro de Vila Nova de Gaia, mantém-se um lugar de tranquilidade e de bem-estar, onde se ouvem rãs, junto ao lago, e pássaros um pouco por todo o lado. A renovação trouxe novos caminhos, mais mesas à sombra, tulipeiros imponentes e um outro lago, a rodear uma ilha em tons de verde. A belíssima estufa do século XIX, em ferro fundido e de inspiração neogótica, agora integrada no parque, será recuperada em breve, e irá acolher uma cafetaria. Com 110 mil metros quadrados, rodeado por orlas naturais de bosque, conta com parque infantil, jardim de suculentas e um labirinto. Além de diversas aves, que fazem deste parque a sua casa e não estranham as visitas, há borboletas, patos, galinhas e pavões. R. Almeida Garrett, Oliveira do Douro, Vila Nova de Gaia > T. 22 787 8120 > seg-dom 7h-20h
11. Parque do Rio Ul, São João da Madeira
Quem percorre o Parque do Rio Ul leva de lembrança uma diversidade de elementos ligados ao património e a ambientes naturais. Escolha-se uma das onze entradas, distribuídas pelos cerca de 30 hectares deste cenário impressionante criado pelo arquiteto paisagista Sidónio Pardal. Além de árvores nativas e exóticas, arbustos e herbáceas, o parque abriga uma fauna selvagem com 57 espécies de aves, peixes e anfíbios. Entre eles, está o lagarto-de-água e o tritão-de-ventre-laranja. Seguindo para norte, encontra-se um extenso prado pintado de verde, com a copa das árvores a esconder a cidade e as fábricas em redor – um convite irresistível a meter os pés na relva e a estender a manta na sombra mais próxima. Av. do Vale, São João da Madeira