1. Casa Vinyasa, Lisboa e Cascais
O cenário é inspirador, estejamos nós na Casa da Guia, em Cascais, com vista para o mar, ou na Casa do Lago, na Estufa Fria, em Lisboa, onde o verde à volta faz lembrar paragens mais exóticas. Isa Guitana guia os seus alunos na aula de Ashtanga Yoga, com a alegria e o empenho de quem se dedica à prática há cerca de 20 anos. O primeiro contacto foi em criança – “fiquei fascinada”, conta – e, depois, mais a sério já na adolescência. “Costumo dizer que foi amor à primeira prática.” Ao longo de dez anos, foi a Mysore, no Sul da Índia, estudar com Sri K. Pattabhi Jois, guru do Ashtanga Yoga e responsável pela sua divulgação no Ocidente. “Foi um mergulho profundo na prática, o que me permitiu ganhar capacidades para ensinar”, refere Isa.
Na Casa Vinyasa, as aulas incluem, no final, Yoga Nidra, uma técnica de relaxamento profundo, guiada pela voz da professora Isa Guitana
Nas aulas da Casa Vinyasa, há alunos portugueses e estrangeiros, de vários cantos do mundo – e também quem assista online –, e, por essa razão, a sessão é dada em inglês. É a voz de Isa que guia os iniciantes, explica as asanas (posturas) e a coordenação do movimento com a respiração, a base do Ashtanga Yoga. Os restantes seguem cada um ao seu ritmo. “No Ashtanga, as séries são sempre iguais, uns podem estar mais avançados do que outros, dependendo do nível de aprendizagem”, explica Isa. “Para quem vê de fora, pode parecer muito físico. Também o é, mas o mais importante é o que não se vê e se sente internamente, o bem-estar do corpo e da mente, a união com o todo.” Casa do Lago – Estufa Fria > Parque Eduardo VII, Lisboa > T. 91 218 1778 > seg e qua 18h30, ter e qui 7h30 > Casa da Guia > Av. Nossa Senhora do Cabo, Cascais > seg, qua e sex 9h30, qua e sex 7h30, ter e qui 18h30 > a partir de €50 (5 aulas), aula avulso €15
2. Jaya Aerial Lab, Lisboa
Suspenso num pano azul, Rui Oliveira Costa vai fazendo várias posturas corporais de Yoga Suspenso, umas mais exigentes fisicamente, outras em que parece fundir-se com o próprio tecido. É o caso da postura do casulo, em que o corpo se envolve totalmente naquele pano elástico, numa posição restaurativa e de relaxamento. “Há pessoas que, enquanto estão nesta posição, dizem sonhar com o tempo em que eram bebés”, conta Rui que já era praticante de yoga e de acrobacia aérea, em particular de trapézio, antes de desenvolver esta linha de yoga aéreo, em 2010. “A raiz do meu trabalho vem da minha experiência, em particular da prática de Yoga Iyengar, em que se utilizam cordas.”
No Yoga Suspenso, usa-se o tecido como aparelho, para um melhor e mais eficaz apoio do corpo e da prática das asanas (posturas). “A posição de escorpião, por exemplo, em que o peso do corpo invertido é suportado nos antebraços, implica destreza física. Com a ajuda do tecido, as pessoas arriscam, sentem segurança e, consequentemente, há um acréscimo na autoestima”, diz o professor. Os alunos de Yoga Suspenso podem escolher entre os quatro pilares da prática – Hatha Yoga Dinâmico; uma prática mais restaurativa, centrada na mente e na terapêutica; o condicionamento físico e a prática acrobática – ou uma aula que passe pelos quatro. Além do bem-estar do corpo e da mente, Rui aponta outros benefícios, como a melhoria significativa ao nível da coluna vertebral. “Quase que se ganham asas.” R. da Escola de Medicina Veterinária, 15-17, Lisboa > T. 96 933 0433 > outubro: seg 8h, ter 17h, 18h30, qua 8h, 20h15, qui 18h30, sáb 10h30, 12h15 > a partir de €50 (1 vez por semana), aula avulso €20, aula privada €55
3. Mentha Yoga, Cascais
É numa casa de madeira, num pequeno jardim salpicado de verde, que, desde o início de setembro, funciona o Mentha Yoga. O ambiente descontrai, de imediato, quem aí chega para as aulas de Vinyasa e de Ashtanga Yoga, orientadas por Madalena Vasconcelos. Com um percurso de 12 anos ligado à prática (iniciou-se com Vera Simões, no Ashtanga Yoga Cascais, e, posteriormente, rumou à Índia para aperfeiçoar a prática), Madalena ensina as duas variantes, “dependendo do nível e do que as pessoas procuram”.
O Vinyasa baseia-se no movimento sincronizado com a respiração, mas sem uma sequência de asanas rígida, ao contrário do Ashtanga. “Quem gosta de praticar atividades mais dinâmicas, de se mexer, escolhe o Vinyasa. Uma aula não é igual à outra e trabalha-se diferentes áreas do corpo”, explica. O projeto do Mentha Yoga é de Filipa Barros, que também ali dá aulas de Yoga Integral, uma vertente que combina vários estilos de yoga, como o Karma Yoga e o Tantra Yoga. Av. Marechal Carmona, 1050, Cascais > T. 91 221 1006, 91 954 7242 > seg e qua 7h, 19h; ter e sex 9h15, 19h; qui 19h, sáb 10h > a partir de €35 (1 vez por semana), aula avulso €10, aula privada €30
4. Yoga Spirit, Lisboa
Um a um, os alunos vão batendo à porta do estúdio Yoga Spirit, na zona de Xabregas. Vêm praticar Hatha Yoga Funcional com Jean-Pierre Oliveira, professor cuja abordagem tem conquistado pessoas de todas as idades e, principalmente, de diferentes condições físicas. “Eu chamo-lhe o yoga dos verdadeiros seres humanos. Os corpos são todos diferentes, por isso, devem ser treinados com a consciência funcional do mesmo, respeitando os seus limites e a capacidade física de cada um. É isso que faz a diferença neste yoga.”
“O Hatha Yoga Funcional permite ganhar flexibilidade, mas sem objetivos surreais, e descobrir as reais capacidades do nosso corpo”, diz Jean-Pierre Oliveira, professor e fundador do Yoga Spirit
As aulas, agora limitadas a dez pessoas, têm a duração de 60 minutos. Jean-Pierre começa por trabalhar a respiração e por tranquilizar a mente, para depois realizar a habitual saudação ao Sol. Segue-se uma sequência de várias asanas (posturas), que é sempre diferente e, por isso, mais dinâmica e estimulante para os alunos, do iniciante ao mais avançado. Há ainda torções (para aliviar as tensões da coluna), relaxamento e meditação. “Esta prática permite ganhar flexibilidade, mas sem objetivos surreais, já que nem todos conseguimos fazer posturas complexas, e descobrir as reais capacidades do nosso corpo”, explica o fundador do Yoga Spirit. R. de Xabregas, 20, 3º piso, sala 308, Lisboa > seg-qui 19h, qua e sex 10h, sex 18h30 > a partir de €40 (8 aulas), aula avulso €10 (sem IVA)
5. Casa da Alma, Porto
Inspirar e expirar, deitadas num tapete, pode parecer pouco convidativo para crianças pequenas, sempre ativas e curiosas. Mas as aulas de Francisca Pimenta e de Jorge Saraiva, o casal que trocou a advocacia pelo yoga, demonstram o contrário. A energia é direcionada “para brincar e trabalhar a parte física, de forma lúdica, através de asanas (posturas) que são uma imitação da Natureza”, sublinham. Na Casa da Alma, cada aula (cerca de 50 minutos) é transformada numa história, na qual se reproduz o comportamento de animais, flores e árvores, e se fazem exercícios respiratórios básicos que “lhes trazem serenidade”, notam.
É numa sala ampla, arejada e com luz natural que o casal recebe as crianças (até oito por aula) a partir dos 3 anos. À entrada, tira-se o calçado e pega-se no tapete. Quem nunca falta, diz Francisca, “é a pedra falante”, à qual contam como “está o coração” e descrevem “o melhor momento da semana”. A terminar, há um relaxamento, bem curtinho. R. da Paz, 66, sala 14, Porto > T. 91 267 8617 > seg e sex 19h, qua 12h30, 19h, sáb 11h (crianças) > a partir de €35 (1 vez por semana), aula avulso €15
6. Hotpod Yoga, Matosinhos
Acalma a mente, relaxa os músculos e liberta toxinas. Foi precisamente isso que trouxe a bailarina Francisca Mendo ao Hotpod Yoga. “Funciona como uma terapia corporal e mental”, afirma. Entrar dentro de um insuflável gigante, aquecido a uma temperatura de 37 graus e com um humidificador a criar o clima de um país tropical, é o primeiro passo para experimentar uma aula. Além do calor e da humidade, no pod (casulo) não há espelhos, apenas luzes roxas e um aroma agradável a lavanda, bergamota e laranja. Tudo isto aliado a uma série de posturas de Vinyasa Flow (fluído) e ao set musical. “São elementos essenciais para aumentar o ritmo cardíaco e ajudar os músculos a relaxar”, dizem Karen e Mário Gonçalves, proprietários do Hotpod Yoga, em Matosinhos. Já para Francisca Mendo, “não há nada melhor para compensar de outros desportos”. Nesta fase, devido à pandemia, é necessário fazer as marcações antecipadamente, pois cada aula tem vaga apenas para seis pessoas. Aconselha-se usar roupa leve, levar uma toalha e água. Os sapatos, esses, ficam à entrada. Av. Comendador Ferreira de Matos, 688, Matosinhos > T. 91 872 6430 > seg-sex 19h, sáb-dom 9h30, 11h > €40 (4 aulas/mês), €60 (5 aulas), aula avulso €14
7. Centro Iyengar Yoga, Porto
É numa pequena praça, rodeada de prédios e de árvores à espreita, que está o Centro Iyengar Yoga Porto, onde Leonor Castilho dá aulas há 18 anos. À entrada, há flores secas, livros de yoga, figuras de referência da cultura indiana e, agora, os indispensáveis desinfetantes. “É uma nova realidade para todos”, nota a professora, de olhar sereno.
Devido à pandemia, a professora Leonor Castilho divide-se agora entre as aulas presenciais, no Centro Iyengar, no Porto, e as sessões online orientadas a partir de casa
Entrar num centro de yoga descontrai e acalma, apesar das condicionantes atuais. Deixa-se o calçado logo ali e troca-se de roupa, numa sala, sem nunca se tirar a máscara. Já na sala de aula, ampla e com luz direta, de pés descalços e com o tapete estendido no chão, começamos por fazer uma série de posturas de Iyengar Yoga, com a ajuda de tijolos de madeira, cintos e mantas. O foco está em desenvolver a força, a resistência, bem como no alinhamento correto do corpo, promovendo-se, assim, a coordenação e o equilíbrio. “É desafiante, exigente e tem forte impacto no sistema nervoso. Não é só respiração e pausas”, nota Leonor Castilho, formada em Filosofia e dedicada ao estudo de yoga desde 1993. R. do Campo Alegre, 484, Porto > T. 91 410 1334 > ter 8h, 18h30 (online), qua 9h (online), 19h, qui 12h30, 19h (online), sex 8h (online), 18h, sáb 9h (online) > €105 (10 aulas), aula avulso €13
ABC do yoga
Hatha
É o yoga clássico e está na base de quase todos os outros métodos. Cada aula inclui meditação, asanas (posturas), pranayamas (exercícios de respiração), torções e relaxamento. Os movimentos são suaves, mas musculados, e implicam manter cada posição durante cinco respirações completas (inspirar e expirar).
Ashtanga
A coordenação dos movimentos com a respiração é a base deste método, desenvolvido por Sri K. Pattabhi Jois. Consiste na prática de seis séries fixas de posturas, ensinadas uma a uma, pela ordem determinada. Cada série tem a duração de 90 minutos.
Iyengar
Criado pelo indiano B.K.S. Iyengar, que estudou exaustivamente o corpo humano, é o método mais técnico e exigente de todos. Além da prática tradicional das posturas do yoga, requer precisão de movimentos e alinhamento do corpo. Outra diferença é o recurso a acessórios, como blocos, cordas, cintos e mantas.
Vinyasa
Sem séries fixas, o movimento é coordenado pela respiração e guiado pela música. Parece uma coreografia, pois cada postura desencadeia outra, dentro de uma sequência, tornando-a acelerada e dinâmica.