A ciência é cada vez menos um bicho papão. E muito se deve à criação da Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, há duas décadas, a 1 de julho de 1996, quando José Mariano Gago (falecido em abril do ano passado) assumiu o Ministério da Ciência e Tecnologia, estreando esta pasta ministerial em Portugal.
Só um ano mais tarde, em 1997, seria criada a Rede Nacional de Centros Ciência Viva, projeto único no mundo, com o propósito de conceber espaços interativos de divulgação científica em várias cidades e regiões. O primeiro centro nasceu em Faro, no Algarve, no complexo da antiga Central Elétrica. Dois anos depois, em 1999, seria a vez do Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, o maior de todos e que acaba por ser o pólo dinamizador de toda a rede. Ao longo destas duas décadas, vários outros centros se multiplicaram, de norte a sul do País e ilhas (de Bragança a Tavira, passando pelos Açores e Madeira), aliando projetos científicos a pedagógicos, desde a astronomia, energia e meio ambiente, ciência e tecnologia, laboratório, cozinha, robótica ou física…. O último (o 20º) abriu, em dezembro de 2015, em Guimarães. São autênticas casas da ciência que desmistificam ideias, palavras “caras” ou estereótipos, e que extravazam os limites da infância para se dirigirem a todos os públicos através de múltiplas atividades que decorrem ao longo do ano. Desde a sua criação, há 20 anos, que oito milhões de pessoas já passaram pelos Centros Ciência Viva.