O Monumental Palace Hotel não será um hotel qualquer. A história de luxo e glamour da antiga Pensão Monumental, construída nos anos 30 pelo arquiteto italiano Michelangelo Soá, situada em plena Avenida dos Aliados, na Baixa do Porto, é, por si só, um bom prenúncio do que o novo hotel quer ser. Esta quinta, 5 de novembro, foi formalmente apresentado o projeto por Mário Ferreira, dono da Douro Azul e presidente do Grupo Mystic Invest, que comprou o edifício. Com abertura prevista para a primavera de 2017, o hotel contará com 78 quartos (os que estão situados na frente do edifício terão um pé direito superior a quatro metros de altura), spa, piscina interior, ginásio, um restaurante com influências das brasseries da década de 30, um bar americain, sala de leitura e uma loja com montra para a Avenida. O projeto, um investimento de 20 milhões de euros, envolve ainda um prédio nas traseiras, na Rua do Almada, onde serão construídos 20 apartamentos turísticos. O Monumental, garante Mário Ferreira, quer dar “uma experiência inesquecível a quem visita a cidade”. “Vai ser o hotel mais emblemático, queremos posicioná-lo como o melhor cinco estrelas do Porto”, sublinha o empresário.
Um Café (também) Monumental
Nada será deixado ao acaso. Desde a reabilitação, a cargo da Rodapé Arquitetos, à decoração de interiores, da responsabilidade da dupla Artur Miranda e Jacques Bec, da OitoemPonto. “O edifício tem elementos suficientes para conseguirmos reinterpretar uma época com as necessidades de hoje em dia”, declaram os responsáveis da OitoemPonto, com projetos em todo o mundo e que, pela primeira vez, executam de raiz a arquitetura de interiores de uma unidade hoteleira. O antigo Café Monumental, inaugurado a 11 de janeiro de 1930, que, na época, chegou a ser considerado o melhor da Península Ibérica, será aberto ao público. Mário Ferreira pretende, anunciou, que tenha um quarteto ou quinteto de jazz residente à semelhança de outros tempos em que ali tocavam em permanência duas orquestras de jazz e de música clássica. Frequentado, nos anos 30, pela alta sociedade portuense e espanhola, o espaço era luxuosamente decorado com grandes espelhos, vitrais e madeiras trabalhadas. E, tal como nessa época, não faltará luxo ao novo Monumental.