Não é o original, mas também dá um bom ditado: “Um quebra-cabeças por dia não sabe o bem que lhe fazia.” Sobretudo se for divertido e desafiante. É o caso de Murdle, uma mistura de sudoku e pistas para crimes, o encontro entre uma mente lógica e detetivesca. Foi criado por G. T. Karber, um americano filho de um juiz e de uma advogada. Percebia, portanto, de assuntos legais e forenses, mas andava mais pelas matemáticas, a sua paixão, e pela literatura, o seu sonho. Começou até a avançar num ou noutro enredo romanesco que envolvia investigações policiais, mas sentiu-se sempre bloqueado. Até que um dia, ao chegar a casa, com os seus conhecimentos de programação, inventou um enigma para um amigo. Enviou-o por email e a resposta não podia ter sido mais entusiasta. Estava encontrada a sua vocação.
A fórmula é simples e viciante. Aos aspirantes a detetives são apresentados, de forma breve, os suspeitos, os locais onde o crime poderá ter ocorrido e as armas que estiveram em ação na hora fatal. Depois é preencher a tabela em que estes dados, com as pistas fornecidas, se cruzam. Avaliando todas as hipóteses, chega-se a uma conclusão. Eis o assassino. Parece simples e é. Mas só de início. À medida que se progride nos níveis, Karber vai acrescentando outros elementos, como declarações e motivos. Se fosse fácil, como se costuma dizer, era para os outros. E estes são desafios para mentes atentas que não desistem.
Murdle, que começou por ser uma brincadeira entre amigos, é hoje um fenómeno editorial de sucesso. Tem um site gratuito com um enigma por dia (murdle.com, em inglês) e uma série de livros que a Presença tem vindo a publicar em Portugal.
No próximo dia 22, chega às livrarias o terceiro volume, com mais 100 mistérios, tendo os primeiros dois acumulado várias reedições. Os livros destacam-se pela narrativa que une os vários enigmas, com diversas personagens e um protagonista: o Dedutivo Lógico, um aluno acabado de sair da Faculdade de Dedução que consegue perceber tudo a partir de muito pouco. Conseguirá o leitor também?