Escreve António Mega Ferreira, no posfácio, que este volume é “um testemunho feliz” da sobrevivência da obra de Dante Alighieri (1265-1321). A Divina Comédia, dividida em Inferno, Purgatório e Paraíso, é chamada por Alberto Manguel de “maior poema jamais escrito”, tendo o ensaísta argentino amparado a homenagem Poetas de Dante – Visita ao Inferno, em que 34 autores dialogam com os 34 cantos do Inferno, obedecendo à regra de oferecer um poema não mais longo do que o canto a que corresponde (aqui reproduzido, numa tradução de Jorge Vaz de Carvalho, antes de cada poema).
Faça-se a justiça de nomeá-los, a todos: Catarina Nunes de Almeida, Ana Luísa Amaral, Fernando Pinto do Amaral, José Carlos Barros, Matilde Campilho, Miguel Cardoso, Rita Taborda Duarte, Pedro Eiras, Tatiana Faia, Andreia C. Faria, Margarida Vale de Gato, Vasco Gato, Raquel Nobre Guerra, Regina Guimarães, Daniel Jonas, Nuno Júdice, Filipa Leal, Miguel Manso, Ana Martins Marques, Elisabete Marques, Ricardo Marques, Rosa Maria Martelo, Miguel Martins, Luís Filipe Castro Mendes, José Viale Moutinho, Rosa Oliveira, Maria do Rosário Pedreira, Alberto Pimenta, Luís Quintais, Jaime Rocha, Cláudia R. Sampaio, João Paulo Esteves da Silva, Ana Paula Tavares e André Tecedeiro.
“Ainda que as subtilezas de Purgatório e a grandiosa cosmologia da salvação de Paraíso não desmereçam da força terrorífica de Inferno, foi este, mais do que os outros cânticos, que se impôs na memória coletiva”, diz Mega Ferreira. “O que até então fora um lugar metafórico torna-se uma realidade ‘fotografada’ pela pena inspirada do Poeta.” E os últimos versos aqui lidos, da autoria de Fernando Pinto do Amaral, são também chave de entrada para esta leitura: “À saída verás, ainda confuso,/ que precisas da morte para estar vivo.”