Quando a 3 de março de 1986, Master of Puppets chegou às lojas, poucos imaginariam o quanto aquele álbum, lançado por uma banda de metal de São Francisco, iria marcar a história do rock. Tratava-se já do terceiro disco dos Metallica, uma banda até então com pouco mais que um estatuto de culto e que a partir daí ascenderia ao olimpo do rock, trazendo com ela o heavy metal para a primeira divisão da música popular. Master of Puppets seria o primeiro álbum do grupo a conquistar a marca de Disco de Platina nos EUA (receberia 6 no total) tendo vendido mais de 10 milhões de cópias em todo o mundo.
Em 2016, tornou-se o primeiro disco de heavy metal a ser integrado no registo discográfico da Biblioteca do Congresso dos EUA, devido à sua “importância significativa a nível cultural, histórico e estético”. Já este ano foi eleito o segundo melhor álbum de metal de sempre pela revista Rolling Stone (batido só por Paranoid, dos Black Sabbath). À época, Master, como ficaria para sempre conhecido pelos fãs, foi uma pedrada no charco: musicalmente pelo modo como elevou um estilo de atitude mais punk, como o trash-metal, à condição de arte, mas especialmente pelo conteúdo político e social das letras, o que valeu à banda críticas de setores mais conservadores.
Um importante capítulo da história da música popular agora reeditado em versão remasterizada, numa caixa de luxo. Além do álbum (em vinil e CD), inclui ainda um livro de capa dura com mais de 100 páginas de fotografias de época inéditas, entrevistas, uma pasta com réplicas dos manuscritos das letras, uma cassete, uma litografia, dois DVDs, três LPs e dez CDs com concertos, ensaios, primeiras versões das músicas e até a audição de Jason Newsted, que substituiria o baixista original, Cliff Burton, falecido num acidente de autocarro. O pacote traz também uma coleção de crachás, idênticos aos que nos anos 80 os fãs das bandas usavam nos casacos. Talvez alguns voltem a ser ostentados esta quinta, 1 de fevereiro, dia em que os Metallica regressam a Lisboa para um concerto já esgotado no Altice Arena – 25 anos depois da estreia da banda em Portugal, em junho de 1993, num memorável concerto no Estádio José de Alvalade.