Na estrada que liga Comporta a Grândola, para lá do portão, já não se veem só pinheiros, buchos e alfazema, nem apenas areia e caruma pelo chão. Já não é preciso adivinhar que, no meio do pinhal, uma casa nos há de acolher. Agora, logo à entrada do Sublime, à esquerda, um conjunto de casinhas ziguezagueia pela propriedade, à sombra das árvores. Está cada uma no seu canto, transformaram a paisagem daquela parte da Herdade da Comporta, não lhe retiraram o espírito de sempre.
Para quem tivesse dúvidas, fica esclarecido que o Sublime já não é a casa de férias que Gonçalo Pessoa começou por construir com a sua mulher, Patrícia; nem tão pouco o country house retreat com 14 quartos em que a transformou e que abriu em 2014. De há uns meses para cá, o Sublime saiu da casca. Dando o grito do Ipiranga, começou por galgar o espaço a que estava confinado e estendeu-se aos restantes 17 hectares de pinhal. Depois, mudou de visual. Deixando para trás um estilo mais conservador (a alvenaria pintada de um cor-de-terra-rosada), apostou no ferro, nos janelões de vidro, na betonilha afagada.
Por fim, cresceu: aos 14 quartos iniciais, juntaram-se outros 20, distribuídos por dez casinhas (inspiradas nas cabanas da zona) com dois quartos cada, sala, kitchenette, piscina e lareira. Podem ser alugadas por inteiro (modelo villa), quarto e zonas comuns (cabana suíte) ou quarto a quarto (cabana room). Mas também podem ser compradas (por 700 mil euros cada, com a possibilidade de o proprietário a “entregar” ao hotel para rentabilização – o esquema que se há de estender aos quatro T3 e oito T5 que estão em construção).
Lá fora, a ligar tudo, há várias salas (no edifício antigo, no novo e ao ar livre), um restaurante e um spa com piscina interior. Há bicicletas à mão do freguês que quiser partir à descoberta do lago, a dois quilómetros dali; um jipe no qual Gonçalo Pessoa leva hóspedes (e um piquenique) para uma praia de acesso reservado; snacks à beira da piscina; uma lareira a céu aberto, para passar um serão tranquilo (e sem mosquitos, porque os arrozais estão bem longe). Há, em todo o lado, uma certa calma, uma paz que invade o espírito.
Com a remodelação do hotel, veio também o novo restaurante. O Celeiro serve snacks ao almoço; ao jantar tem arrozes (de amêijoas e bacalhau), carne maturada (bife €27, costeleta para dois €60), porco alentejano, bacalhau, polvo com batata-doce (€20) ou cataplana.
Sublime > EN 261-1, Muda > T. 269 449 376 > quartos a partir de €185, vilas a partir de €515