1.Nippon, da What’s Your Game
A lista de nomeações atribuídas ao Nippon reflete o trabalho realizado pelos portugueses Nuno Bizarro Sentieiro e Paulo Soledade, da What’s Your Game. Desenvolver um jogo como este, de estratégia, orientado para jogadores mais experientes, requer muitas horas de trabalho, neste caso dois anos, porque a dupla já tinha experiência. “Temos de ler, estudar e também de ir beber um bocadinho aos clássicos, para fazer uma coisa nova e interessante”, diz Nuno.
O Nippon (€45) leva-nos ao período Meiji e à Revolução Industrial japonesa, “um tema pouco conhecido no Ocidente”. No tabuleiro, está desenhado o mapa do país, que se vai transformando conforme as ações executadas por cada jogador, aqui com o papel de responsável por um zaibatsu, um aglomerado de empresas. Em 90 minutos, industrializa-se um país, constroem-se novos sistemas de transporte, exportam-se materiais, como a seda, e nasce uma nação. Ganha quem for mais bem-sucedido, isto é: aquele que ficar com mais pontos e dinheiro, claro. Maiores 12 anos, 2-4 jogadores, 90 minutos
2. Paga e Cala, da Majora
A gestão do orçamento doméstico, mesmo que seja num jogo de tabuleiro, é um tema mais do que atual. Em Paga e Cala (€29), um dos clássicos reeditados da Majora – fundada em 1939 –, os jogadores têm de ganhar dinheiro, gastá-lo e investi-lo, como na vida real. E se há quem o faça bem, outros nem por isso. Entre certificados de poupança, empréstimos e negócios, como a venda de um falso Picasso, tudo pode acontecer neste jogo que simula um mês de contas, investimentos e imprevistos, e em que todos anseiam pelo “Dia de São Receber”. No portefólio da Majora, cujos jogos fazem parte do imaginário coletivo dos portugueses, estão os clássicos Loto, Jogo da Glória ou Sabichão e outras sugestões, como o Faz Fita, em que é preciso palpite certeiro sobre, por exemplo, quanto mede a língua. Maiores 10 anos; 2-6 jogadores; 30 minutos
3. Rossio, da Pythagoras
Nem a pandemia travou o lançamento de Rossio, um jogo de família – simples, mas desafiante –, editado pela Pythagoras e inspirado na calçada portuguesa (€29,90).“Queremos espalhar a história do nosso país pelo mundo”, diz David Santos-Mendes, fundador da empresa. Sem ser uma aula, o jogo desperta a curiosidade sobre o chão que pisamos e dá seguimento à ordem do rei D. Pedro V, para pavimentar praças e ruas de Lisboa.
À volta do tabuleiro, cada jogador assume o papel de construtor, para “bordar” a principal praça da cidade, onde está situado o Teatro D. Maria II. O objetivo é comprar cartas de padrões geométricos de calçada portuguesa – que, partindo de Lisboa, se espalhou pelo País e depois pelo mundo – para transformar a praça na mais bela do reino. Em 2021, a Pythagoras vai lançar dois jogos: um dedicado a Fernando Pessoa, outro a Fernão de Magalhães. Maiores 8 anos; 1-4 jogadores; 30-45 minutos
4. Países, da CardsLab
No jogo Países, o primeiro desta empresa nacional, mandam as cartas com perguntas sobre geografia. Saber alguma coisa ajuda, mas a ideia é aprender. “O nosso pilar é a construção de jogos não apenas lúdicos mas também com conteúdo didático”, explica Pedro Gordalina, CEO da CardsLab, que faz questão de os produzir, do princípio ao fim, em Portugal.
Países (€18,90) foi pensado para ser jogado em todos os contextos (escolar, familiar, social), sendo bastante abrangente e inclusivo. “Permite ajustar a duração e os níveis de dificuldade, de tal maneira que é possível uma criança de 10 anos vencer a uma mesa de adultos”, conta Pedro. Por isso, muita atenção à estratégia e às cartas que se tem na mão, pois as informações que nelas constam são muito valiosas, assim como as decisões tomadas: arrisco uma carta especial e roubo a vez ao adversário? “Tem uma mecânica um bocadinho diferente dos jogos de tabuleiro convencionais; isso é diferenciador.” Maiores 8 anos; 2-6 jogadores; 30 minutos
5. Estoril 1942, da Mebo Games
Cinco anos depois, o Estoril 1942 continua a ser um dos maiores sucessos da editora Mebo Games. A última versão, a Super Box, além do jogo-base, tem novos espiões e personagens, mais missões, cartas e locais para explorar. Inspirado na história do Estoril, que, durante a II Guerra Mundial, atraiu aristocratas e políticos de diversos países, no jogo compete-se para criar a melhor rede de espiões (€34,90).
Criado ao longo de dois anos por Gil d’Orey, sócio fundador da Mebo Games, e António de Sousa Lara, e ilustrado pelo macedónio Mihajlo Dimitrievski, o jogo é uma proposta lúdica. “A sua essência é o divertimento”, defende Gil d’Orey. Na Mebo, há cerca 20 jogos originais, simples, curtos e dinâmicos (já este ano, a empresa lançou Caretos e PlanetShip 2491), com ilustrações cuidadas e focados no convívio. Aliás, diz o autor, “isto não é uma consola, não trabalha sozinha, precisa da participação ativa de um adulto”. Maiores 10 anos; 3-4 jogadores; 90 minutos
6. Covidgame: Quarentena em Família
Muito literalmente, este é o jogo da “quarentena”. Foi criado durante o confinamento da primavera por um jornalista da VISÃO, Luís Ribeiro, e o seu filho de 8 anos, com uma cartolina e umas folhas A4, cortadas aos pedaços, com castigos humorísticos inspirados nas vicissitudes de uma rotina caseira forçada: as obras do vizinho de baixo, o fim do papel higiénico, os indecifráveis TPC de Matemática, os péssimos cozinhados, a nossa cara-metade a passar de roupa interior quando estamos numa videoconferência… O objetivo? Esgotar a paciência aos nossos companheiros de confinamento e ficar sozinho em casa, em paz e sossego. Covidgame: Quarentena em Família foi distribuído gratuitamente com a edição nº 8 da PRIMA, que pode ser adquirida na loja da Trust in News (loja.trustinnews.pt). Maiores 7 anos; 2-6 jogadores; 90 minutos
7. Catan, da Devir
Mesmo quem não gosta de jogos de tabuleiro, provavelmente, já ouviu falar de Catan. O jogo, criado há quase duas décadas pelo alemão Klaus Teuber, atingiu números, no mínimo, impressionantes. De 1995, ano do lançamento na Alemanha, até agora, foram vendidos 32 milhões de jogos, em 43 idiomas. “É o pai dos jogos de tabuleiro modernos, em que não há duas partidas iguais”, diz Ricardo Gomes, da editora Devir. Catan provocou uma revolução, pela sua dinâmica, pelo modo de jogar e pela forma como se vence. Ou seja, vai muito além do lançar de dados e andar com o boneco em frente. Trata-se de um jogo de estratégia, dinâmico, que desperta o aventureiro/negociador que há em cada um de nós.
Para começar, cada jogador recebe duas aldeias que posicionará numa ilha de hexágonos, composta por seis territórios, com diferentes produções (madeira, cereal, barro, lã e minério). Em cada partida, constroem-se cidades, vive-se da terra e utilizam-se todos os recursos disponíveis para realizar trocas comerciais. O objetivo é ser o primeiro a atingir dez pontos. Ao longo dos últimos anos, além do jogo base (€39,99), foram sendo acrescentadas expansões, traduzidas em novas aldeias, pontes, ajudantes e, na edição portuguesa, até um mapa do País, com diversos monumentos e informação sobre os mesmos, que funciona quase como uma lição de História. Maiores 10 anos; 2-4 jogadores; 90 minutos
Para fazer rir: Salvador Martinha, Nuno Markl e César Mourão levaram o humor para a mesa de jogo
8. O Homem que mordeu o cão, da Creative Toys
Depois de livros e espetáculos ao vivo, a rubrica O Homem que Mordeu o Cão, de Nuno Markl, na Rádio Comercial, foi transformada em jogo de tabuleiro (€24,99). O objetivo mantém-se: procurar as histórias mais bizarras, contá-las e fazer rir quem está do outro lado, da mesa.
9. O Caminho do Humor, da Clementoni
Ser engraçadinho não chega. Só quem conhece a história do humor em Portugal e tiver, realmente, piada, vai vencer o jogo lançado pelo humorista Salvador Martinha, que junta uma parte de trivial e outra de desafios (€29,99).
10. Rebenta a Bolha, da Majora
Improvisar como César Mourão é o desafio de Rebenta a Bolha (€19,90). Neste jogo, homónimo da rubrica que o humorista apresentava na Rádio Comercial, o objetivo é criar uma história com as palavras, frases e situações que ditam as cartas.