1. Amor Records, Lisboa
Depois de ter aberto na zona do Cais do Sodré, no final de 2017, a Amor Records mudou-se, em maio deste ano, para perto da Avenida Almirante Reis, “um espaço maior, onde podemos fazer e mostrar mais coisas”, dizem os amigos e sócios brasileiros Thiago Guiselini, Fred Scharf e Felipe Filizola. O balcão, onde estão os pratos e a mesa de mistura da marca Bozak, as colunas e o projeto acústico foram desenhados para ali.
“Somos uma loja de discos onde as pessoas podem ouvir música, mas também beber um copo, enquanto conversam”, explica Fred Scharf. Encontrar um nome para o projeto foi tarefa fácil: “A palavra amor representa bem o que sentimos pela música e pelo nosso trabalho”, justifica Thiago Guiselini, que, se tudo correr bem, ainda este mês há de rumar ao Brasil para trazer mais discos, essencialmente usados, de música brasileira. “Temos de garimpar muito, não só no Brasil, mas em todo o mundo, para encontrar coisas diferentes e pouco conhecidas do público, do soul ao funk brasileiro”, explica.

Todos os dias há novidades, até porque a oferta se estende ainda a outros estilos, como a eletrónica ou o house. “Temos coisas raras, com beats e grooves, que os DJ usam muito”, contam. Nas redes sociais da Amor Records, vão sendo anunciadas as sessões Word Up, onde “se fala de tudo, da vida, e não só de assuntos ligados à música”, e as Love Sessions, momentos musicais com convidados nacionais e internacionais que estejam de passagem por Lisboa. R. Frei Francisco Foreiro, 2A, Lisboa > T. 96 453 5586 > seg-sáb 14h-22h
2. Tubitek, Lisboa
A luz natural que invade a loja faz sobressair os arcos de pedra, os móveis amarelos e os retratos ilustrados de vários músicos conhecidos, assinados por Pedro Silva, que decoram as paredes. Em meados de outubro, a Tubitek abriu em Lisboa, no Chiado, depois de Braga e Leiria, e claro, do Porto, onde tudo começou nos anos 80.

Aquela que foi, durante anos, uma loja de culto na cidade, acabaria por fechar em 2000, “quando começou o boom do download ilegal. Entretanto, reabriu em 2014, no mesmo local, na Praça Dom João I”, conta Rui Borges, responsável pela loja lisboeta e fã incondicional de vinil. “Nada se compara ao ritual de pôr um disco a tocar. Aquela coisa de limpar, ver se a agulha está boa, pô-lo no prato, é incomparável.”
A Tubitek de Lisboa é a maior das quatro lojas, contando com mais de seis mil vinis e cinco mil CD a estrear e dos mais variados estilos de música. Tem ainda uma área de alta-fidelidade, com gira-discos e equipamentos da Pro-Ject, Tannoy, Denon, Marantz, Unison e Ortofon, numa parceria com a Supportview. “Qualquer pessoa encontra aqui uma coisa do seu gosto pessoal, das bandas de culto aos novos músicos. Há quem nos procure para completar discografias, dos Arctic Monkeys aos Rush, uma banda dos anos 60”, diz Rui.

Os vinis e CD estão impecavelmente arrumados, por estilos e por ordem alfabética do artista, para facilitar a consulta. A world music, “um pouco esquecida no mercado”, tem aqui uma área especial, com uma coleção de catálogos específicos distribuídos pela Tubitek. Depois, há as edições especiais para audiófilos (discos mais pesados, para um som perfeito), edições limitadas e de colecionador, como o álbum 10 000 Anos Depois Entre Vénus e Marte, de José Cid, masterizado em Abbey Road numa edição de luxo (o CD também está disponível, em exclusivo), considerado um dos melhores discos de rock progressivo de todos os tempos pela revista norte-americana Billboard. Se ainda assim não encontrar o disco de que anda à procura, dirija-se ao balcão e pergunte, a Tubitek aceita encomendas. R. do Crucifixo, 79, Lisboa > 21 765 1401, 96 521 7274 > seg-sáb 10h-19h30
3. Jazz Messengers, Lisboa
A seleção de discos chama a atenção pela diversidade e pela beleza das capas, mas também pela raridade. São cerca de quatro mil títulos, sobretudo em vinil mas também em CD, das editoras ECM, Tzadik, Blue Note, Polysom e Pure Pleasure, “entre os quais há muitas preciosidades”, diz Carla Aranha, a porta-voz da Jazz Messengers, que une a Distrijazz (representante de vários catálogos de música jazz) e a Jazz Messengers, em Barcelona, uma referência na área, há cerca de 30 anos.

Em Lisboa, desde março, a loja funciona no primeiro andar da Ler Devagar, na LX Factory. “Não existia um sítio onde a oferta de jazz fosse significativa, por isso criámos este projeto independente, com atendimento especializado, que tanto vai ao encontro dos melómanos como de outros públicos, menos familiarizados com este estilo musical”, explica Carla. Em caixas de madeira, divididos por estilos, encontram-se artistas como Arthur Verocai, “nome importante do jazz brasileiro”, e o saxofonista e compositor norte-americano Kamasi Washington, entre muitos outros. A oferta inclui também promoções, discos em segunda mão e livros. Lx Factory > R. Rodrigues Faria, 103, Ed. G 0.3, Lisboa > T. 21 364 0534 seg-dom 10h-20h
4. Neat Records, em Lisboa

A expressão “há males que vêm por bem” encaixa na perfeição à Neat Records, em Arroios. Rafael Brazuna já tinha tido uma loja de discos, a Megastore by Largo, no Intendente, mas foi obrigado a fechar por causa da pandemia. “Queria mudar para um sítio maior há algum tempo, só que as rendas eram incomportáveis, agora surgiu esta oportunidade”, conta. Com Eduardo Mendonça, amigo de longa data, abriu em junho a Neat Records (o nome vem de Neat Neat Neat, single da banda de punk/rock The Damned), na zona da Estefânia. “Embora o nosso universo seja o do punk/hard core [Rafael tem a editora Monolith e Eduardo a Can I Say Records, de que agora são ambos sócios], não quisemos dedicar-nos em exclusivo a um estilo tão underground.”

O que fizeram foi uma loja de discos “para toda a gente”, onde se encontra desde música portuguesa de intervenção ao rock clássico, com preços para todas as bolsas. O vinil é a especialidade, sobretudo em segunda mão com preços a começarem em €1,50 (também existe uma secção com CD, “que se vão vendendo”).
As mais de cinco mil referências (todos os dias dão entrada a 30 ou 40 novas) estão expostas em várias caixas, divididas por estilos, e também nas paredes, uma espécie de montra em que não se fica indiferente às capas de LP como Locust Abortion Technician, dos Butthole Surfers, ou o controverso Virgin Killer, quarto álbum dos Scorpions. “Há uma boa seleção de punk, hard core e metal, mas temos um bocadinho de tudo, a exceção será talvez o hip-hop ou a eletrónica, a não ser que venha uma ou outra coisa boa num lote”, explica Rafael. Entre a oferta, encontram-se ainda algumas edições novas (o lado de editores permite-lhes ir tendo novidades) e uma secção de memorabília, onde há fanzines, livros, revistas e posters. R. Rebelo da Silva, 55 B, Lisboa > T. 91 589 7827 > seg-sáb 12h-19h30
5. Music and Riots, no Porto

O embrião da mais recente loja de discos do Porto foi o magazine digital Music and Riots, criado por Fausto Casais, há cerca de três anos. Um projeto sobre música, em inglês, que tem vindo a conquistar seguidores ao nível internacional. Abrir um negócio estava, há muito, nos planos de Fausto, 39 anos, que foi responsável pela área de música e cinema de uma cadeia de lojas internacional. A ele juntou-se Rui Correia, 27 anos, ex-membro da banda portuense O Abominável e fundador da Biruta Records.
No Centro Comercial Bombarda, desde 14 de setembro, a Music and Riots quer ser mais do que uma loja de discos, sobretudo de vinil, com edições limitadas e coloridas. “Funciona como uma espécie de curadoria. Temos uma seleção bastante eclética, mas uma noção dos álbuns que são importantes. Há coisas mainstream, no entanto o foco é o que achamos relevante e tem uma mensagem”, explicam. “Uma loja é uma troca de paixões, tem de haver uma partilha de conhecimentos. É como uma corrente que se cria”, defende Fausto Casais.

Agrupados por géneros musicais, estão o rock e punk dos Idles, o stoner metal dos Sleep, o noise rock dos Metz, o rock alternativo de Bob Mould ou dos Pinegrove, o hip-hop experimental dos Clipping, o punk rock dos X, até os novos trabalhos de Jaye Jayle ou dos Eart. “São os discos que ouvimos, não os escolhemos só porque vão sair”, reforça Fausto Casais, acreditando que a abertura de uma loja em tempo de pandemia pode vir a beneficiar os artistas. A loja conta com uma seleção do catálogo das editoras nacionais Lovers & Lollypops, Meifumado e Omnichord, além de uma secção de CD e de cassetes. Em breve, esperam vir a ter venda online. F.A. Centro Comercial Bombarda > R. de Miguel Bombarda, 285, Porto seg-sex 11h-19h, sáb 11h-20h
As lojas clássicas, as sobreviventes, as de sempre…
PORTO
Matéria-Prima
Fundada há 30 anos por Paulo Vinhas, esta é uma loja para os que gostam de música fora do mainstream. Com aposta no vinil, de edições independentes e de artista, vende também livros, fanzines e revistas. R. Miguel Bombarda, 127, Porto > T. 22 201 1199 seg-sáb 14h-19h
Louie Louie
Aberta por Rui Quintela, em 2004, é uma das lojas com maior catálogo novo e usado na cidade. Com uma aposta forte no vinil (e algum CD), de vários géneros musicais, tem também loja online.
R. do Almada, 536, Porto T. 22 201 0384 > seg-sáb 10h30-13h30, 14h30-19h
Muzak
Depois de ter estado quase 20 anos na zona de Bombarda, a loja de Francisco Afonso (Xico Ferrão) e Rui Pimenta, dedicada em exclusivo aos discos de vinil e CD usados (a partir €2), partilha desde fevereiro a mesma morada da Kate Skateshop. R. de Santo Ildefonso, 25, Porto > T. 93 629 6196 > seg–sáb 10h30-13h, 14h30-18h30
Porto Calling
O nome presta homenagem ao álbum dos The Clash, London Calling. Aberta desde 2012, continua a vender apenas vinil, tanto novo como em segunda mão. R. da Conceição, 80, Porto > T. 22 094 5501 > seg-sáb 11h-19h
LISBOA
Carbono
A primeira loja de discos usados a aparecer no País continua a ser poiso de colecionadores e apreciadores de música e de vinil, novo e em segunda mão. R. do Telhal, 6B, Lisboa > T. 21 342 3757 > ter-sáb 11h-19h
Louie Louie
Meio escondida no coração do Chiado, tem um bocadinho de tudo: LP e singles, novos e em segunda mão, dos mais diversos géneros musicais e em várias línguas. R. Escadinhas do Santo Espírito da Pedreira, 3, Lisboa > T. 21 347 2232 > seg-sáb 11h-19h30, dom 15h-19h30
Vinil Experience
É o local ideal para quem procura discos de rock, garage, psicadelismo progressivo, funk, soul e jazz dos anos 60 e 70. R. do Loreto, 65, sobreloja, Lisboa > T. 96 716 9660 > seg, qui-sex 13h30-19h, sáb 11h-19h
Discolecção
Referência na área do vinil e colecionismo, em Lisboa, concentra uma vasta amostra de música de todos os géneros. Cç. do Duque, 53A, Lisboa T. 21 347 1486 > qui-sex 14h-20h
Mau Génio
O catálogo desta loja especializada na compra e venda tem milhares de referências de vinis e CD em segunda mão. Vende também Blu-ray, DVD e livros. Shopping Center Nevada > Estr. de Benfica, 731A, Lisboa > T. 21 824 5090 seg-sáb 10h-13h, 14h-19h30