Perfumada e com uma boa dose de histórias para contar, assim é a loja da Benamôr virada ao renovado Campo das Cebolas. Nascida em Lisboa há 92 anos, a Benamôr começou a reinventar-se em 2015, fruto da estratégia dos novos donos que viram uma oportunidade num creme de rosto cuja história só tem comparação com o Nívea. Retiraram os parabenos, substituíram a parafina mineral por vegetal e fizeram crescer a gama de produtos.
O passo seguinte é dado agora, com a abertura de uma loja pensada para mostrar de que é feita a Benamôr. “Há uma valorização dos produtos antigos e do fabrico artesanal, mas daqui a uns anos, quando a onda do vintage passar, queremos continuar a fazer um creme que se compra não porque tem uma embalagem bonita, mas porque é bom”, afirma o francês Pierre Stark, administrador e um dos três sócios da empresa.
A nova loja foi pensada como uma “cozinha de beleza”: paredes forradas a azulejos brancos, ao centro uma mesa em mármore inspirada nas bancas dos mercados e, ao fundo, um antigo balcão de madeira restaurado. No chão, os mosaicos hidráulicos recriam o friso art déco das bisnagas, boiões e frascos que se podem abrir, cheirar e experimentar.
O creme “que conserva a mocidade do rosto” e “faz desaparecer borbulhas, pontos negros e rugas prematuras” divide o protagonismo com o creme de mãos Alantoíne, de aroma cítrico, “indispensável após os afazeres domésticos ou outros que agridem, poluem e afetam as funções naturais da pele”, lê-se no folheto incluso. Gordíssimo desdobra-se em sabonete, manteiga para o corpo e creme de banho e a linha Jacarandá vai buscar o nome às emblemáticas árvores que na primavera cobrem Lisboa com as suas flores. Já Rose Amélie é uma homenagem à última rainha portuguesa, cliente dos produtos Benamôr e que, já no exílio, os elogia num pequeno texto que se pode ler ali mesmo.
Também lá estão fotografias e anúncios antigos, quais tesouros de arquivo emoldurados: da antiga fábrica Nally no Campo Grande, da perfumaria Benamôr no número 200 da Rua Augusta (e que deu nome aos produtos) ou do anúncio ao Bronzaline, o primeiro bronzeador português. Pierre Stark faz questão que tudo continue a ser feito como antes: os produtos na fábrica de Alenquer, as bisnagas de alumínio na Sociedade Artística, em Monção, parceira de há 90 anos, e as caixas de papel em Braga. É caso para termos orgulho, não?
Benamôr > R. dos Bacalhoeiros, 20A, Lisboa > T. 21 800 3037 > seg-sáb 10h-20h