
Simples e mecânicas, as peças de Romeu Bettencourt têm muita engenharia e arquitetura como base. Começam por ser desenhadas em computador, passam por uma impressora 3D e depois são preenchidas com prata
D.R.
1. Romeu Bettencourt
Na ilha açoriana de S. Miguel, onde nasceu, ser piloto era sonho de menino. Foi já adolescente e a viver no Porto que Romeu Bettencourt, atualmente com 30 anos, se encantou com as “construções em metal” das aulas de ourivesaria da Escola Artística Soares dos Reis, numa altura em que pensava vir a ser engenheiro. Aí surgiu, segundo diz, “o fascínio e o gosto pelas joias”. No último ano, através do programa Leonardo da Vinci, seguiu para uma escola em Glasgow, de “vertente artística muito vincada”. Quando regressou a Portugal, já não hesitou em matricular-se em joalharia na Escola Superior de Arte e Design (ESAD), em Matosinhos. O trabalho de final de curso levá-lo-ia a ser selecionado para a Schmuck, a feira internacional de joalharia contemporânea, em Munique, o que fez com que as suas peças corressem mundo. Em 2016, o prémio revelação da Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal (AORP), que venceu, confirmou depois que estava no caminho certo.

Brincos, em prata dourada, da coleção ‘Conquest’ , €125
Romeu Bettencourt tem, agora, um ateliê próprio no último piso do edifício da AORP, de onde saem peças que brincam com a aparência e o pormenor, de linhas simples e sofisticadas, transformadas em anéis, brincos, pulseiras e fios em prata. Sem o serem, parecem quase fragmentos mecânicos. Grande parte do trabalho é manual e soldado fio por fio. Da marca, criada há 18 meses, Conquest é a sua coleção mais recente, inspirada nas velas dos botes baleeiros dos Açores. É o regresso às ilhas, pois, apesar da distância, ainda lhe “cortam a respiração”. Rende-se com regularidade à exuberância da natureza, do mar, de lagoas e trilhos. “Não sei o que é ter raízes no Porto. Sou das ilhas”, afirma. S.S.O.
Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal > Av. Rodrigues de Freitas, 204, 2º andar, Porto > T. 91 306 4408

É na natureza (mar e terra) que Tânia Gil se inspira para desenhar as suas joias
Mário Lopes Pereira
2. Tânia Gil
São anéis, fios, brincos, pulseiras e alfinetes, embora mais pareçam pedaços da natureza encontrados por aí. Quando era pequena, Tânia Gil colecionava conchas, búzios e ouriços-do-mar com as irmãs, apanhados à beira-mar ao pé de Porto Covo, aldeia do litoral alentejano onde cresceu. Hoje, é neles que se inspira para desenhar joias (“objetos usáveis”, prefere chamar-lhes), mas também noutros elementos que vai recolhendo nas suas deambulações pela costa ou em viagens pelo mundo. “Todos os dias são dias de pesquisa. Se vou pela rua e, pelo caminho, encontro uma semente ou uma folha, levo-as comigo”, conta a artesã, que depois transforma toda esta matéria em peças de prata, seja polida, oxidada ou com banho de ouro. A madeira, com aplicações, é outro material que gosta de explorar. “Gosto do cheiro. A madeira tem desenhos e formas que nos direcionam. É um bom exemplo do que pode ser um projeto mais espontâneo, que nasce sem ser pensado, ao contrário do acontece quando trabalho a prata.”

Colar ouriço, em prata com oxidação, €80. Depois das texturas de folhas, os ouriços-do-mar (usados em fios ou aplicados em anéis) são das peças de Tânia Gil mais procuradas. A partir da casca do ouriço, a joalheira cria um molde que é injetado com cera líquida. Esta escultura em cera é depois transformada numa peça de metal (prata) através de uma técnica da joalharia chamada de fundição por ceras perdidas
D.R.
Para Tânia Gil, 36 anos, a joalharia é sonho de menina tornado realidade. E se ainda hoje vai buscar alguns ensinamentos da licenciatura em Design de Equipamento que tirou no IADE, foi na escola de joalheiros Contacto Directo, no bairro lisboeta de Santos, onde entrou em 2003, que tudo passou a fazer sentido. É nesta mesma zona que, agora, tem a sua oficina-ateliê, onde os clientes que a visitam a podem ver a trabalhar, concebe as peças que vende em mercados e lojas selecionadas, e prepara as idas a feiras internacionais. “Não é fácil, é preciso muita persistência”, afirma. “Hoje já há mais apoios financeiros para montar uma oficina e a joalharia portuguesa tem ganho cada vez mais destaque, sobretudo lá fora. A Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal [com sede no Porto] tem feito um bom trabalho neste sentido”, salienta Tânia, que, no próximo mês de janeiro, volta, pela terceira vez, à Bijorhca, a feira internacional de joalharia de Paris. I.B.
Trav. dos Mastros, 1, Lisboa > T. 96 640 4202 > www.taniagil.com
Leonor Silva, 52 anos, lançou a sua primeira coleção em janeiro deste ano
Mário João
3. Leonor Silva
Quando, em setembro passado, venceu o prémio Designer Revelação 2017, Leonor Silva, 52 anos, nem queria acreditar. “Foi então que percebi que o meu trabalho estava a fazer sentido também para as outras pessoas – e não só para mim”, confessa. A profissão é recente, mas o gosto pelas artes e pela joalharia vem lá de trás, do seu percurso, feito entre uma licenciatura em História, um mestrado em Arqueologia (chegou a fazer escavações fora do País) e a observação do seu avô, pintor e professor de Belas Artes, na sua oficina.

Brincos e colar Nor More Nor Less, em prata 925 oxidada, €240 (colar), €160 (brincos). Estas peças fazem parte da coleção Survival Kit, na qual a designer reinterpreta quatro objetos do quotidiano: um parafuso, um cotonete, um fósforo e um palito
D.R.
Foi só quando estava quase a chegar aos 50 anos que Leonor prosseguiu com o gosto que, desde sempre, a tinha acompanhado. Em 2014, com os objetivos muito bem traçados (“nesta idade, já não se pode perder tempo”), inscreve-se no Centro de Joalharia de Lisboa, o mesmo local que hoje lhe serve de ateliê. A marca é ainda mais recente, foi lançada em janeiro deste ano, já com um portefólio composto por muitas das joias que agora distinguem o seu trabalho. Ela, que um dia quer expor na loja do Victoria & Albert Museum, em Londres. “No curso, não fazia os exercícios só por fazer, dava logo forma às minhas ideias”, diz.
As joias Leonor Silva são peças marcantes, nascidas de uma interpretação pessoal e, muitas vezes, inspiradas em temas da atualidade – o tema dos refugiados deu origem à pregadeira, feita em arame farpado, Hope; já a candidatura de Trump, originou o colar Happy Birthday Mr. President. Leonor sente-se confortável a trabalhar qualquer material. “Uso o que acho mais indicado (titânio, acrílico, prata…), escolho o mais forte para representar a ideia”, explica. Não gosta de seguir tendências, tão-pouco de estar a par do trabalho dos seus pares: “As tendências são perversas, podem anular a minha carga pessoal, o que me distingue dos outros.” Exemplo: na coleção Survival Kit, inclui quatro objetos do quotidiano mais vulgares: um cotonete, um parafuso, um fósforo e um palito.
Centro de Joalharia de Lisboa > R. João Saraiva, 28, Lisboa > T. 91 958 4667
Os elementos florais estão quase sempres presentes no trabalho de Juliana Bezerra
Mário João
4. Juliana Bezerra
É de sorriso rasgado e com o sotaque brasileiro ainda presente que Juliana Bezerra, 36 anos, recebe todas as clientes na sua loja/ateliê, no Páteo Bagatela. “É bom ter a porta aberta. Facilmente percebemos como as nossas peças são usadas e conjugadas, por vezes de maneiras que nunca imaginámos”, diz. Nascida em Nova Floresta, no Estado de Paraíba, Juliana chegou a Portugal em 2005 com o curso de Turismo e Hotelaria tirado mas sem o futuro definido. “Em paralelo com os estudos, fui sempre fazendo bijuteria. Quando cheguei cá e ouvi falar da escola de joalharia Contacto Directo, decidi experimentar. Durante esse ano aprendi muito, convivi com pessoas da área e isso deu-me outra bagagem. Posso dizer que me encontrei na joalharia.” Antes de dar o salto para um sítio só seu, ainda partilhou um ateliê em Santos com mais três joalheiras. “Acho que as coisas mudaram quando deixei de vender só para as minhas amigas.”

Anel Flor de Arroz, em prata, da coleção ‘Glória da Manhã’, €62
D.R.
Hoje, passa os dias sentada na mesa de trabalho ou a atender clientes, muitas delas fiéis seguidoras do seu percurso profissional. As suas peças estão disponíveis em mais de uma dezena de coleções: anéis, colares, brincos… Todos com nomes ligados ao tema que lhes deu origem, como, por exemplo, Laurissilva e Boreales. “Quando fui ao Vietname, vim embriagada. As sementes, folhas e flores que garimpei serviram de inspiração para a minha última coleção, Glória da Manhã.” Não é portanto de estranhar que, na loja/ateliê, viva rodeada de flores secas, folhas, pedras e outros objetos inspiradores. Quando iniciou a marca, os anéis eram os protagonistas, o que em parte justifica as alianças e anéis de noivado que Juliana executa sob encomenda e para os quais é muito procurada. Estes trabalhos são executados em ouro e pedras preciosas, mas é em prata (com ou sem banho de ouro) que as suas coleções costumam ganhar vida.
R. Artilharia 1, 51, Páteo Bagatela, lj. A, Lisboa > T. 93 838 4073 > seg-sex 11h30-20h, sáb 10h-13h
Anéis Zebra, Feathers, Snake, em prata 925 (também disponíveis com banho de ouro amarelo de 24K), uma das coleções de Inês Calado e Rute Marques, inspirada na textura das peles dos animais ( €120 cada)
Mário João
5. Inês Calado e Rute Marques (Allis Jewellery)
Queen, Bones, Sydney, Animal Print, Walt ou Xane – eis os nomes de algumas das coleções da Allis Jewellery. Muito diferentes entre si, no estilo e na forma, são resultado da criatividade e da arte da dupla lisboeta Inês Calado, 33 anos, e Rute Marques, 41 anos. “Temos estilos e registos diferentes, e isso nota-se no resultado do nosso trabalho”, explica Inês. A diversidade é uma das características da marca, lançada em 2013, algum tempo depois de se terem cruzado na Contacto Directo, a escola de joalharia onde Inês, licenciada em Design Industrial pela ESAD, dava formação. “Fui fazer um workshop e a professora era a Inês. Apesar de ser formada em gestão, adorava joias”, conta Rute.
A vontade de aprender mais sobre o ofício levou Inês e Rute a alargar a formação na área da gemologia, microgravação e design 3D, ferramentas que hoje utilizam (com visível orgulho) no ateliê onde trabalham, duas salas na zona da Graça, em Lisboa. “Quisemos ser o mais independentes possível no que diz respeito aos processos. Assim, só dependemos de nós, o que nos dá autonomia e capacidade de resposta”, justificam. Trabalham maioritariamente a prata com pedras semipreciosas, mas também executam trabalhos em ouro e pedras preciosas, consoante o pedido do cliente. Mais: disponível têm um serviço através do qual é possível o cliente criar a sua própria joia ou, então, a partir de peças antigas, transformar o que já não se usa, reutilizando, por exemplo, os materiais. Falta acrescentar que é na Allis Jewellery que a marca italiana Bulgari manda fazer parte dos seus arranjos.
R. da Bela Vista à Graça, 27 A, Lisboa > T. 91 232 1360 > www.allisjewellery.com
A matemática é uma inspiração para o trabalho de Vanessa Pires. Foi com base na espiral de Fibonacci e na concha de Nautilus (foto em baixo) que a joalheira criou algumas das suas coleções de joias
Mário João
6. Vanessa Pires (Vanglória)
Gosta do estilo Art Deco presente na coleção Chrysler, inspirada no emblemático edifício nova-iorquino, mas também de ciências naturais, matemática, astronomia e cosmos, temas a que recorre com frequência para desenvolver as suas joias. Foi por volta dos 16 anos, quando visitou as peças de René Lalique na coleção Gulbenkian, que Vanessa Pires, 38 anos, descobriu o mundo da joalharia. “Adorei a coleção”, confessa Vanessa, que, por essa altura, ainda não se imaginava a fazer disso profissão. Seguiu marketing e publicidade porque achava que, assim, podia dar uso à criatividade. Desmotivou-se, mas não parou, tirou um curso de design gráfico, outro de contabilidade e acabou por se inscrever na escola Contacto Directo. Depois do curso, fez ainda um estágio de três anos na oficina de alta-joalharia do mestre joalheiro José Maria Bulhão. “Foi bom para desenvolver capacidades, a alta-joalharia é rigorosa e exigente. Hoje, se me pedirem para fazer um determinado detalhe, mais complexo, consigo executá-lo”, explica.

Brincos Nautilus Toujour, em prata polida e pirites em bruto banhadas a ouro, €120
D.R.
Nas joias da Vanglória, que criou em 2009, nunca se irão encontrar ursinhos, florzinhas ou corações. A sua imagem de marca é representada pela geometria das peças, sempre estilizadas. “Gosto de sentir que criei alguma coisa nova. Reproduzir só um elemento não é compensador para mim”, justifica. Uma das ideias que Vanessa mais tem trabalhado é a das proporções áureas e da sequência de Fibonacci. “Apropriei-me até à exaustão destes conceitos. Não é fácil explicar, mas é como se o lado seguinte fosse formado pela soma dos segmentos anteriores.”
Showroom Maison Flair > R. do Carmo, 51, 6.º A, Lisboa > T. 21 808 74 96 > seg-sex 11h-19h
Carolina Curado (na foto, em pé) criou uma marca de joias em nome próprio que agora partilha com Fátima Reis, sua sócia
Mário João
7. Carolina Curado e Fátima Reis (Carolina Curado)
Esta quinta-feira, 26, é um dia especial para Carolina Curado. A Universidade Católica Portuguesa tem audiência marcada no Vaticano, e, das mãos da reitora, Isabel Capeloa Gil, o Papa Francisco há de receber um trabalho com cunho da joalheira. “A reitora conheceu o nosso trabalho numa das feiras em que costumamos participar”, explica Carolina Curado, 30 anos, bióloga de formação e joalheira por paixão.

Brinco Amaryllis com escaravelho, em latão, banho de ouro plaqueado, labradorite, zircónias e pérolas , €150. A biologia e a natureza são uma referência no trabalho da joalheira Claúdia Curado
Natural do Porto, foi para Lisboa em 2012, já com o curso de joalharia tirado e muita vontade de seguir o sonho de miúda. “Comecei com as missangas, muito influenciada pela minha irmã mais velha”, diz Carolina. Os brincos amores-perfeitos foram das primeiras peças que criou, embora seja aos escaravelhos que muitos associam a sua marca. “A biologia e a natureza é a fonte da minha inspiração. Gosto de trabalhar formas orgânicas e também números ímpares, são mais dinâmicos e dão movimento às peças.” Quem segue o trabalho de Carolina percebe que a joalheira também evoluiu – e, de certa maneira, as suas peças tornaram-se mais complexas. O latão é a base das suas joias, ao qual gosta, depois, de acrescentar outros materiais como as labradorites, minerais presentes em grande quantidade no ateliê, que agora partilha com a antiga publicitária Fátima Reis (de há dois anos para cá, a gestão do negócio passou a ser feita em dupla, com Fátima, que até aprendeu o ofício com Carolina). “Não posso queixar-me, mas… Dantes sonhava fazer coisas com as mãos e, agora, quando olho para elas, estão todas marcadas pelas brocas”, confessa Fátima. Ossos do ofício, portanto.
T. 91 881 4124
8. Ana João
“Este sítio tem tudo a ver comigo”, diz-nos Ana João, 30 anos, quando entramos na sala/ateliê, num prédio em Matosinhos, onde trabalha sozinha. Rodeada de livros, revistas e candeeiros, solta o seu estilo, irreverente, à base da cor, ligações improváveis e um certo humor. Sem ligações na área, é a única designer de joias da família. Concluída a licenciatura e o mestrado em Design de Produto na Escola Superior de Arte e Design (ESAD), em Matosinhos, seguiu-se o estágio profissional numa empresa centenária de joalharia, onde o bichinho despertou. A sua primeira marca de iluminação, Amaria Criativa, lançada em 2011, está agora em stand by, para apostar a “200%” na Ana João Jewelry Design, assinatura pessoal criada em 2014, e cujo primeiro êxito foi o colar Teddies, composto por 16 figuras em porcelana, presas a um fio de prata, feito à mão, numa mistura de materiais fora do comum.

Anel Unexpected, em prata dourada e contas de ónix e ametista, €127. Parece uma brincadeira, esta peça da coleção ‘Candy’, de Ana João, inspirada nas cores das guloseimas das crianças
D.R.
Apesar de algumas “dores de cabeça” com a porcelana, insistiu no material e lançou, mais tarde, o extravagante Peacok, que lhe deu “muita visibilidade”. “Como designer de produto, tento explorar sempre outras funções das peças”, diz. Em Sweat Monster, uma das coleções mais recentes, juntou pelo à prata e porcelana. Ana João lamenta, contudo, que o seu trabalho só tenha sido levado a sério depois de se ter estreado na feira Bijorhca, em Paris, em 2016. As linhas minimalistas e a cor fizeram com que as suas peças fossem associadas a design escandinavo. “O que fez toda a diferença”, comenta. Atualmente, mais de 80% da marca é vendida na Alemanha, Rússia e Canadá. S.S.O.
Av. Comendador Ferreira de Matos, 401, Matosinhos > T. 93 390 7908

Hugo Fraga , 29 anos, é natural da ilha do Pico, nos Açores
D.R.
9. Hugo Fraga
Bem-disposto e irrequieto, Hugo Fraga, 29 anos, não se vê a fazer mais nada. Há cerca de um ano, quando lançou a marca, sabia que iria continuar na joalharia, o negócio de família, mas à sua maneira. Contrariando brilhos e lugares-comuns associados ao ramo. Devolvendo às joias a aparência bruta de matérias-primas, sem brilhos, nem género. Era necessário fugir à ideia “de peça feminina, para ocasião de luxo” e criar “para pessoas reais e momentos reais”, nota. Sem polimentos, a Fraga é uma marca, explica o autor, para “pessoas urbanas, cosmopolitas, de espírito livre e sem preconceitos” que “gostam de marcar a diferença” em acessórios de moda.

Bracelete, em prata, com banho de óxido e efeito envelhecido , €89. Inspirada na ilha do Pico, de onde Hugo Fraga é natural, a peça procura representar o negro e a dureza da rocha e, por isso, tem linhas simples e sem brilho
D.R.