O aroma a pão acabado de fazer paira no ar, enquanto os olhos se regalam com as viennoiseries nas montras. Croissants feitos com manteiga francesa de denominação de origem protegida, pain au chocolat guarnecido com duas barras de chocolate amargo Valrhona ou cannelés, os pequenos bolos da região de Bordéus aromatizados com rum e vagem de Madagáscar e cozidos em forma de cobre, são algumas das especialidades doces da nova padaria Lully 1661.
“São feitas a partir de receitas tradicionais francesas, mas com um toque moderno e provocativo. As massas são trabalhadas com tempo e de forma artesanal, é isso que nos distingue, assim como o preço democrático”, diz Yann Lombard-Platet, um dos três sócios deste projeto com porta aberta no Beato, na zona oriental de Lisboa.
A inspiração no compositor barroco francês Jean-Baptiste Lully dita a música ambiente – composições clássicas que nos remetem para a Renascença –, assim como os nomes com que batizaram alguns dos seus pães, caso do Le Paillard (alcunha que Moliére deu a Jean-Baptiste) e La Montpensier (foi ao serviço de Mademoiselle de Montpensier que, ainda jovem, o compositor ganhou o gosto pela música).
À hora de almoço, há sanduíches para levar, como a de ovo e ervas, a de fiambre (feito na loja) e manteiga ou a de beterraba, creme Camembert, salada, cenoura. Durante todo o dia, servem café de especialidade, um lote da The Royal Rawness feito especialmente para a Lully
O primeiro é um pão com 4,5 kg, vendido às metades, quartos ou fatias. É feito com uma mistura de farinhas biológicas (branca, semi-integral e centeio), amassada lentamente com fermento de centeio, mel de urze, sal cinza e hidratado a 80%, resultando num pão aromático, interior fofo e leve e côdea estaladiça. O segundo tem a forma de uma coroa estilo Bordelaise e é confecionado com farinha orgânica moída na pedra e sementes de linhaça branca torradas. Aliás, Yann destaca os ingredientes de qualidade, como as farinhas da região francesa de Mâconnais e de fornecedores portugueses, que dão corpo aos vários pães artesanais.
Vendidas ao balcão, de onde se avistam os fornos e o centro de produção, as especialidades voam rapidamente das montras. Foi o caso da Pavlova, uma das novas criações doces. O ideal é ir cedo, para sair de saco cheio.
Lully 1661 > R. do Grilo, 12, Lisboa > ter-sáb 8h-19h