1. Crack Kids Club
Nos últimos anos, os portugueses familiarizaram-se com uma especialidade japonesa chamada katsu sando, uma sanduíche de pão-de-leite, com porco panado em panko. Quando ocupou o restaurante da loja de grafítis Crack Kids, no Cais do Sodré, Pedro Abril, também responsável pelas cozinhas da MUSA da Bica e Marvila, lembrou-se de desenhar uma carta que as homenageasse, mas à sua maneira, sempre peculiar e criativa. A última novidade é, por exemplo, uma katsu sando de bacalhau à minhota. O pão é um brioche vegan da Slow Bakery, na Costa da Caparica, e dá abrigo a receitas de frango frito com mel picante e salada de couve (€8); ovo com molho Gribiche e chutney verde (€6,50); couve-flor frita, sweet chilli e maionese vegan (€7,50) ou presa de porco, salada de couve e sriracha (€10). Há também outros pratos para comer à mão, como pão achatado na chapa com abóbora e stracciatella ou os pimentos padrón com sésamo. R. da Cintura do Porto de Lisboa, Armazém A, Porta 20 > seg-sex 10h-21h, sáb 11h-21h
2. LKS – Lisbon Kebab Station
Anton Abrezov acredita que os kebabs são a melhor fast food para comer enquanto caminha na rua. “Não desmorona e pode levar-se uma bebida na outra mão”, explica. Ainda assim, e apesar de ter aberto um restaurante do género em pleno Bairro Alto, sabe que o seu produto é diferente. Mais cuidado. “É quase casual dining”, diz o chefe russo. Não há carnes de origem industrial a assar no espeto, mas produtos de qualidade trabalhados na cozinha do LKS, que se distribuem pelos diferentes shawarmas do menu: frango grelhado com iogurte (€7), bife teriyaki e curgete (€9), borrego desfiado e tomate (€10), ou um bem original, de polvo com nori e tomate seco (€12). Vêm enrolados num flatbread prensado numa chapa quente e podem acompanhar-se com batata ou salada e bebida (€4). Há ainda alguns snacks para entrada, como os frutos secos com kimchi ou os pickles de vegetais com molho de manga, cervejas artesanais à pressão e cocktails. Tudo servido numa sala forrada a grafítis, a lembrar uma estação de comboios cool. R. da Atalaia, 133 > qui, dom-seg 12h-24h, sex-sáb 12h-2h
3. Pausa & Crescente
A mesma equipa que deu à cidade um dos melhores restaurantes de pasta fresca dos últimos anos, o Ruvida, liderado por Valentina Franchi e Michel Fant, abriu, em setembro de 2022, uma casa de focaccias e salumeria de alta qualidade, em Alcântara. No Pausa & Crescente, o pão é feito todos os dias na cozinha (já o vendempara outros restaurantes de Lisboa), a charcutaria é escolhida a dedo a partir de bons fornecedores de Itália e há carnes cozinhadas na casa, como a barriga de porco enrolada e assada com mel ou o pastrami de vaca. Entre as mais populares estão a de mortadela, pesto de pistácios de Bronte e lascas de pecorino da Sardenha (€9), a já referida barriga de porco com vinagre balsâmico, queijo stracciatella bio e canónigos (€9), e a de fiambre assado, minicebolas de Boretto em molho agridoce e queijo gorgonzola (€9). Também em modo finger food, às sextas há aperitivo entre as 18h e as 21h, com serviço de queijos, pizza-focaccia e enchidos (pagam-se apenas as bebidas), e aos domingos à tarde, música ao vivo e happy hour de cocktails italianos. R. de Cascais, 5 > T. 93 726 9148 > ter-qua 12h-15h30, 18h-22h, qui-sex 12h-15h30, 18h-24h, sáb 12h-24h, dom 12h-22h
4. Taqueria Paloma
Há novidades calientes em Marvila. A Taqueria Paloma é um dos novos inquilinos do recém-inaugurado 8 Marvila, a funcionar numa enorme sala com esplanada, virada para a praça central do bairro. O projeto é uma continuação do Cherie Paloma, restaurante que em tempos esteve aberto em Santos-o-Velho, com as cores, a vibração e os sabores do México, sobretudo nas receitas clássicas do Norte. As estrelas do menu são os tacos ou costras (estas últimas compostas por tortilha de milho e queijo derretido), em que podem entrar diferentes recheios como o chicharrón norteño, uma barriga de porco com cebola, abacate e feijão–preto; ou o pastor, carne de porco grelhada com pimentões, cebola e ananás assado (a partir de €3,50), acompanhados por seis molhos (três deles bem picantes), batatas e cebolas assadas – tudo para comer à mão. Há ainda tacos especiais, com as mesmas receitas, mas feitas em tortilhas grandes, há uma quesadilla de chouriço, algumas opções também vegetarianas, num menu para regar com águas frescas, como a de hibisco, lima ou tamarindo, e oito diferentes margaritas para experimentar. Ay, caramba! Pç. David Leandro da Silva > T. 96 374 5573 > qua-dom 12h-2h
5. Rhodo Bagels
A massa dos bagels é feita com farinhas Paulino Horta, fermenta durante 48 horas e pode ter, no topo, sementes de sésamo, de papoila, uma mistura de cheddar e jalapeños, ou aparecer na sua versão simples. A norte-americana Lindy Reid, 33 anos, mete as mãos no pão (nos bolos e outros ingredientes) desde muito nova e, depois de alguns anos a viver em Lisboa, percebeu que havia outras pessoas a padecer do seu problema: saudades de comer bons bagels. Começou a fazê-los em casa, a vendê-los em mercados e, agora, tem um café na Rua da Boavista, que vende bagels com diferentes recheios. Pode começar-se o dia com um Bec, com bacon, ovo e queijo (€8,50), seguir para um Lox, com salmão curado na cozinha da Rhodo, queijo creme, cebola roxa e dill (€8,50), ou optar pelos vegetarianos Shroombagel, com cogumelos e creme de cebolinho (€10), um bestseller, ou o Smoked carrot, com cenouras fumadas, tomate, alcaparras, alga nori e queijo creme (€10). Há ainda café de especialidade, mesinhas pequenas para estar ao computador, espaço para levar cães e… sempre, sempre boa música. R. da Boavista, 178 > T. 92 520 7610 > qua-dom 9h-16h
6. Boubou’s Sandwich Club
No Princípe Real, umas portas ao lado do restaurante Boubou’s, de Louise Bourrat, o seu irmão Alexis e a cunhada Agnes, este sandwich club não tem nada que enganar. Na ementa, qual viagem por diferentes cozinhas do mundo, constam sete sanduíches, cada uma a representar um país, como a gulosa e muito pedida KFC (€11), feita com frango, kimchi e molho coreano, ou a vegetariana Crispy Tofu Sando (€8), preparada com tofu crocante, tonkatsu mayo (molho com vegetais e fruta) e couve, que nos leva até ao Japão. Com três mesas no interior e uma pequeníssima esplanada, o que falta em espaço é compensado pelas receitas gulosas, que podem ser acompanhadas com batatas fritas (€3,50) ou milho doce cozido (€3,50) e uma kombucha caseira. S.P. R. Monte Olivete, 71 > ter-sáb 12h-24h
7. The Dog
Os cachorrinhos portuenses são uma das sanduíches favoritas de quem habita perto das margens do Douro. Em quase tudo diferentes da receita norte-americana, ganharam fama nas últimas décadas, no Porto e, há dois anos e meio, dois amigos decidiram trazê-los para as Avenidas Novas. O The Dog tem uma receita própria, feita com um pão de baguete, salsicha e linguiça frescas (da Salsicharia Leandro, no Mercado do Bolhão), queijo e molho picante. São depois prensados, cortados em pequenos pedaços e, claro está, comidos à mão (custam €4,40). Para quem quer experimentar outras especialidades da casa, há uma sandes também típica do Porto, a PO, com presunto e ovo estrelado, e um prego à Hugo, com queijo, fiambre, ovo e linguiça. Qualquer um deles vai bem com imperiais frescas e uma dose de batatas fritas. Av. Marquês de Tomar, 25B > T. 21 797 0240 > ter-sáb 12h-23h
8. A Pastelaria
Carne moída e queijo, frango com queijo tipo catupiry, calabresa com queijo ou pizza. São estes os recheios mais populares d’A Pastelaria, pequeníssima loja de pastéis de feira da brasileira Carol Thomé, no Saldanha. O tamanho do espaço, porém, é inversamente proporcional à procura dos clientes pelas suas especialidades, sempre feitas ao momento, a partir de uma massa vegana confecionada todos os dias. “Costumo dizer que não é preciso ter fome para comer um pastel”, diz Carol, enquanto prepara um de carne para degustação. A viver em Lisboa desde 2016, é jornalista, investigadora na área da antropologia da alimentação, teve um canal virtual de culinária e escreveu o livro de receitas Portugal à Brasileira. Explica que o pastel de feira tem origem nos emigrantes chineses no Brasil e, na sua casa lisboeta, todos os meses lança um sabor especial para o recheio – agora, vende-se um de requeijão brasileiro. Os preços começam nos €3,50 e vão muito bem com uma lata de Guaraná. Av. Praia da Vitória, 47 > seg-sex 12h30-15h30, 17h30-20h30, sáb 12h30-15h30
9. Kendrick
Hambúrgueres em Lisboa há muitos. Mas nenhuns como os do Kendrick: decadentes, gulosos, bem condimentados, a escorrer molhos e… vegetarianos. Bem sabemos que, em 2023, o mundo já não estranha o potencial da cozinha à base de vegetais, plantas e aqui também fungos – o hambúrguer crocante de cogumelo-ostra é uma das estrelas da carta –, mas a receita não deixa de surpreender. A ideia de abrir uma casa do estilo em Lisboa começou a formar-se na cabeça do francês Nicolas Deboysere quando percebeu que “não queria fazer um negócio em que lucrasse com a carne”. Cozinheiro autodidata, organizou vários eventos na capital antes de abrir um pequeno restaurante na Rua de Santa Marta, de estilo despretensioso. A carta tem seis hambúrgueres, todos em pão de brioche, dos quais se destacam o The Great, com um hambúrguer de quinoa, cheddar, pickles de pepino, cebola, ketchup, mostarda americana (€9,25), e o Classic Rowdy, um hambúrguer crocante de cogumelos-ostra, cheddar, alface, tomate, pickles de pepino e aioli (€9). Para acompanhar há batatas Kendrick, com cebola caramelizada e molho cheddar, ou uns bites de brócolos crocantes com zest de limão. Estranham-se e entranham-se. R. de Santa Marta, 36A > ter-sáb 12h-22h30
10. Sandwich Club
Roda o mês, roda a sanduíche na Kitchenette
O pontapé de saída do Sandwich Club da Kitchenette foi dado no rescaldo da primeira temporada da série The Bear, quando a brasileira Marcella Ghirelli criou uma italian beef à sua maneira, para servir durante algumas semanas no café de Campo de Ourique (R. Coelho da Rocha, 27). Estávamos no final de 2022 e a ideia, diga-se sem rodeios, foi um sucesso. Durante os meses seguintes, Joana Duarte, a fundadora do projeto que recebe pop-ups de outras cozinhas, manteve a ideia em funcionamento e convidou várias cozinheiras (exceção feita a Ljubomir Stanisic) a criar sanduíches especiais que se mantinham na carta apenas algumas semanas. Veio Leonor Godinho, veio Catarina Nascimento, voltou Marcella Ghirelli e, no mês de novembro, em que celebra a alimentação vegana, veio Joana Oliveira, do ELA Canela, um vizinho do bairro, com um dirty vegan burger, à base de feijão catarino com maionese de miso, pickles, couve kale crocante e queijo creme de caju. “A ideia sempre foi ter um chefe local a assinar uma sanduíche durante um mês, e vamos continuar no próximo ano”, garante a dona. Ainda bem!