Foodtopia: Vem aí o primeiro Festival Internacional de Comida na Rua de Lisboa

É para quem valoriza a alta cozinha, mas também para quem não resiste a um petisco tradicional que o Foodtopia foi desenhado por Ana Músico e Paulo Barata, da agência Amuse Bouche. “Há muito que queríamos voltar a organizar um grande festival de gastronomia em Lisboa, que é das poucas cidades mundiais que não tem uma iniciativa desta natureza. Por outro lado, queríamos democratizar a alta cozinha”, explica a dupla, responsável por alguns dos mais interessantes projetos gastronómicos em Portugal, do Sangue na Guelra ao Arrebita.

Com data marcada para este fim de semana, dias 2 e 3, no Jardim Botânico Tropical, em Belém, o Foodtopia, que conta com o apoio do Turismo de Portugal, vai reunir mais de 50 chefes de cozinha nacionais e internacionais que vão estar a preparar propostas com diferentes inspirações e ingredientes.

“Quando falamos de um festival de comida de rua, não nos estamos a referir às habituais carrinhas de hambúrgueres, cachorros e bifanas, mas sim de cozinheiros de topo e emergentes. Mas não só. Quisemos juntar a cozinha tradicional e das comunidades que vivem no nosso País, como Cabo Verde, Macau, Moçambique, Angola, Índia. Vamos trazer tudo isto para o mesmo local, ao mesmo nível, com o mesmo preço.”

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Alex Atala, do restaurante D.O.M. na cidade de São Paulo, com duas Estrelas Michelin, será o embaixador internacional do Foodtopia. Há já vários anos que o brasileiro desenvolve um trabalho que vai além da cozinha de autor, investindo na valorização dos alimentos e defendendo que o consumo é um ato económico e político e que, por isso, é transformador. No Brasil, Alex Atala criou o Instituto Atá, para dar força a projetos de investigação e de produção sustentável de alguns produtos autóctones brasileiros. No festival, em Lisboa, o chefe de cozinha ativista vai apresentar um prato com formigas da Amazónia.

No Jardim Botânico Tropical, além de Alex Atala, marcam presença mais de 50 chefes de cozinha nacionais e internacionais, entre eles Henrique Sá Pessoa (Alma, Lisboa, 2 Estrelas Michelin), Rui Paula (Casa de Chá Boa Nova, Leça da Palmeira, 2 Estrelas Michelin), Michele Marques (Mercearia Gadanha, Estremoz), Marlene Vieira (Zunzum Gastrobar e Marlene, Lisboa) e António Galapito (Prado, Lisboa) e Hugo Brito (Boi Cavalo, Lisboa).

Durante os dois dias, haverá diversas propostas de carne, de peixe, vegetarianas, e várias sobremesas, que representam as várias regiões portuguesas, da costa ao interior. Aos cozinheiros e pasteleiros, juntam-se três restaurantes tradicionais portugueses: os lisboetas Ramiro e Solar dos Presuntos; de Anadia, vem o Mugasa, especializado em leitão da Bairrada, liderado por Ricardo Nogueira.

Outro destaque do festival vai para a presença de cozinheiros de algumas das comunidades mais representativas no País, como Moçambique, Guiné-Bissau, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Brasil, Timor-Leste, Goa ou Macau. É o caso de Helt Araújo, um dos mais reconhecidos chefes de cozinha africanos da atualidade, e de Tony Fox, conhecido como o “Rei da Cachupa”. Um festival onde se vão falar diferentes línguas, mas que encontram na comida um ponto em comum.

Jardim Botânico Tropical > Lg. dos Jerónimos, Lisboa > 2-3 jul, sáb 12h-23h, dom 12h-22h30 > €10, menores de 12 anos grátis, pratos €6 > bilhetes à venda foodtopiafeast.com