Continua no mesmo lugar, na Rua da Alegria, a dois minutos do Teatro Helena Sá e Costa. Só que agora, na Casa Nanda, não se veem recortes de boas críticas, nem paredes de granito e azulejo. Do ambiente que por ali se vive, tudo parece estar na mesma, das mesas cheias de pessoas satisfeitas às travessas apetitosas, com sabores que nunca se esquecem.
Fechada desde abril, a Casa Nanda acaba de reabrir totalmente renovada. “É um novo restaurante e um sonho realizado”, diz Fernanda Sousa, habituada a sentar ali “os netos dos primeiros clientes”. “É uma geração atrás da outra”, continua a proprietária, há mais de 40 anos. Sosseguem-se, pois, os mais inquietos: sim, a “dona Nanda” continua a ser a anfitriã com a ajuda da filha, Rosária, e do marido, José Iglésias.

O interior do restaurante, da cozinha à sala, foi demolido e construído de raiz, para “dar conforto aos clientes e criar boas condições de trabalho”, explica Rosária. As obras, conduzidas pelo arquiteto Miguel Ribeiro, “amigo e cliente da casa”, permitiram “melhorar todo o serviço”, desde a acústica (de má memória) à iluminação, sem esquecer a porta de entrada. A Casa Nanda tem agora um ar moderno e confortável, sem deixar de ser autêntica.
À mesa, mantém-se uma certa cozinha de tradição, com comida saborosa, farta e generosa, feita em forno a lenha. Há novidades nas entradas, como os bolinhos de bacalhau (€1) e as pataniscas (€2,50/3 unidades) fritas no momento, o presunto da Casa do Porco Preto (€18/100g), a alheira de caça (€9), além de arroz de gambas (€26/dose) e peixe à posta para grelhar.

Da carta, apetece pedir um pouco de tudo, a começar pelos pratos de referência com dia fixo: bolinhos de bacalhau com arroz do mesmo, à terça; cozido à portuguesa, à quarta; cabidela, rojões ou joelho assado (vai variando), à quinta; filetes de polvo com arroz do mesmo, à sexta; tripas à moda do Porto e bacalhau à Braga, ao sábado; e cabrito assado no forno, ao domingo. À sobremesa, não podiam faltar aletria, leite-creme e salada de pêssego – para rematar a refeição bem aconchegado.
Tudo é feito na casa, exceto duas novidades doces: o toucinho do céu e o babão, um pão de ló com doce de ovo, que chega da Padaria Pardal, em Amarante.
Casa Nanda > R. da Alegria, 394, Porto > T. 22 537 0575 > ter-sáb 12h30-15h, 19h30-22h, dom 12h30-15h