Ainda não tinha acabado o ano e já a plataforma www.fumeirodemontalegre.pt, criada pela Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã em parceria com a Câmara Municipal de Montalegre, começava a encher-se com alheiras, salpicões, presuntos, chouriças de sangue ou de abóbora… saídos de meia centena de cozinhas de fumeiro da região.
A maioria dos 60 produtores registados neste município do distrito de Vila Real aderiu à loja online. Uma forma de antecipar a falta dos milhares de clientes que se abastecem habitualmente na Feira do Fumeiro de Montalegre – só no ano passado, venderam-se cerca de 50 toneladas de produto. Apesar de o certame estar previsto para 28 a 31 de janeiro, aguarda-se ainda a aprovação das entidades de saúde pública. A realizar-se, é certo que não haverá degustação dos produtos, nem praça de petiscos ou animação.
Das aldeias de Chã, Ferral, Padornelos, Salto, Santo André, Outeiro, Tourém, Sezelhe, Negrões, Cabril, Pitões das Júnias, Meixedo, Solveira, além da vila de Montalegre -, sai o fumeiro produzido nas cozinhas aquecidas com as brasas e fumo da lareira. Salpicão, alheira, chouriças (sangueira, ceboleira ou bucheira) ou de abóbora, presunto inteiro ou desossado, além de pés, cabeça e barriga de porco, seguem agora para todo o País e para o estrangeiro. Na zona norte, até ao limite do Porto e Vila Nova de Gaia, as entregas são feitas ao domicílio (encomenda mínima de €100), no resto do País seguem pelas transportadoras habituais.
Com esta plataforma, a autarquia pretende que o fumeiro de Montalegre “ganhe dimensão e capacidade de venda”, salienta David Teixeira, vice-presidente da câmara municipal. “É a única hipótese de salvar os produtores.” Por outro lado, a autarquia defende a aposta numa época do fumeiro que vá de dezembro até fevereiro. “Antigamente, os produtores apostavam toda a sua produção para venda nos quatro dias de realização da feira, agora vão ter de habituar-se a fazer fumeiro durante três meses para conseguirem chegar a novos mercados”, sublinha David Teixeira. Em 2018, a região do Barroso foi classificada património agrícola mundial pela Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), das Nações Unidas.
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