À sétima edição, o NOS Primavera Sound aumentou para três as áreas de restauração, com uma especialmente dedicada às casas típicas do Porto, situada junto ao novo palco SEAT. Pela primeira vez, O Buraquinho, taberna centenária da cidade, leva a um festival as célebres papas de sarrabulho (€4), o caldo verde e as sandes de rojão.
“Trouxemos o que achámos ser mais característico da casa”, diz Sérgio Costa, que fez renascer o restaurante há dois anos. Esta é a primeira experiência em festivais de música e servirá “para testar o negócio”. Também a antiga Padaria Ribeiro tem uma nova food truck, onde tanto se vendem empadas de vitela e pastéis de Chaves, como tartes de amêndoa e brigadeiros. Quem já é repetente nestas andanças é a Conga, que traz as bifanas, panados e cachorros (€2,50), bem como a Casa Guedes, com as sandes de pernil com queijo da serra.
Na outra zona de restauração, do lado direito do recinto, está a comida vegan dos Piratas, estreante neste Primavera Sound. O austríaco Markus e a espanhola Anaís viajaram desde a Serra do Mochique, no Algarve, onde vivem, para servirem uma tortilha (€6) recheada com seis ingredientes quentes e frios, à escolha. Há vegetais no forno ou com leite de coco, cuscuz, húmus de pasta de grão de bico, tomate, queijo e cebola frita. Para beber, servem sumo da Jamaica – chá frio de flor de hibisco (€2). Seguindo a filosofia de sustentabilidade à risca, os pratos e os garfos são de madeira biodegradável.
Mas as novidades na restauração não ficam por aqui. Pelo festival, encontra a catalã Wendy’s BBQ, de Girona, que venceu em 2017 o prémio de Melhor Food Truck de Espanha com a sanduíche de carne de novilho fumada (entre 12 a 24 horas a defumar). Mónica Bernadó e Daniel Morral servem ainda outras carnes defumadas artesanalmente: asas de frango, porco desfiado ou costelas de porco barbecue (a partir €4,50).
Logo ao lado, estão os divertidos galegos Diablito Feliz, Patrícia Frade e Ricardo Sanchez, a servirem comida mexicana – quesadillas, tacos, burritos e nachos –, com diferentes molhos à escolha “e picantes para todos os gostos”: chipotle, queijo, tomates verdes e azeitonas negras.
Embalados pela América do Sul, provemos as empanadas argentinas, caseiras, da El Argento, onde David Neves e Joana Pizarro as servem ainda quentinhas. Há empanadas com mozzarella e tomate, de frango, de espinafres e ricotta ou de carne argentina (€2 cada). Dali seguimos para o calor do Brasil do Sambar I Love, onde, mesmo debaixo de chuva, Rodrigo Guimerà repete a dose de boa disposição e samba do ano passado. Desta vez, além do caldo de feijoada que acompanha com couve e farofa, ou do hambúrguer de picanha, traz o supermistão – “uma sandes com duas camadas de fiambre e queijo, ovo estrelado, tomate e azeite de trufas brancas”, explica o brasileiro que acabou de trocar Barcelona por Vila Nova de Gaia porque “a Catalunha estar a viver um momento complicado”.
Pelo recinto, encontra-se de tudo um pouco, para todos os apetites. A Quinta dos Fumeiros, os cachorros da The Dog, o Wok on Fayah, as batatas da Chiparia, os hambúrgueres do Munchie, o Guacamole Gourmet, as salsichas alemãs da Maria Wurts, são alguns dos cerca de 40 negócios de restauração. Se a música do festival Primavera Sound é eclética, a comida também o é. E até pode dar a volta ao mundo, sem sair do Parque da Cidade.
Nos Primavera Sound > Parque da Cidade, Porto > 7-9 jun, qui-sáb a partir das 17h > €60