
O 14º Essência do Vinho, no Palácio da Bolsa, terá mais de três mil vinhos em prova de 350 produtores
Fabrice Demoulin
Há 14 anos, quando Nuno Pires organizava a primeira edição do Essência do Vinho (EV), tinha em prova néctares de pouco mais de 60 produtores. Nesta edição, que entre esta quinta-feira, 23, e domingo, 26, ocupa o Palácio da Bolsa, no Porto, o diretor da maior feira do vinho em Portugal terá seis vezes mais: cerca de 350, entre portugueses e do mundo, a mostrarem três mil rótulos. Um “orgulho”, confessa Nuno Pires, pelo facto de poder reunir marcas com “tanta qualidade” e pôr, ao mesmo tempo, jornalistas e especialistas estrangeiros “em contacto direto com os produtores”, que ajudarão “a promover o nosso vinho”.

Desta edição da Essência do Vinho sairá o Top 10 Vinhos Portugueses, entre brancos, tintos e fortificados
Fabrice Demoulin
Se há provas reservadas à comitiva de jornalistas – oriundos de 14 países, onde se encontram, pela primeira vez, especialistas russos e sul coreanos – como a Vinhos do Porto de Sonho, na qual se vai abrir uma garrafa de Carvalhas Memories Very Old Tawny Porto, com 150 anos (1867), outras há de acesso geral e também com raridades. É o caso da prova dos vinhos Barbeito (qui, 23), dirigida pelo produtor Ricardo Freitas, que terá em prova dois vinhos da Madeira do século XIX, como o Barbeito Malvasia 1875. Ou as que nos dão a beber sete décadas de vinhos Vintage da Symington (sex, 24), os Vinhos Fora do Baralho (sex, 24), os Vinha Grande da Casa Ferreirinha (sáb, 25), os Clássicos e de Vanguarda da Casa de Santar (sáb, 25). Ou ainda a produção dos vinhos de talha do Alentejo (dom, 26) e os vinhos do Porto Branco Velhos (dom, 26).
Do Brasil vêm duas propostas: os espumantes e os vinhos tranquilos da Era dos Ventos, de Rio Grande do Sul, com o produtor Pedro Hermeto (sáb, 25, 16h30), e uma harmonização ente vinhos e queijos de Minas Gerais, pelo gastrónomo Eduardo Maya (dom, 26, 17h30). A Essência do Vinho tem ainda organizados workshops de harmonização: entre vinho do Porto e chocolate (sáb, 25, 17h30) ou entre seis chocolates diferentes (de leite, com amendoim e laranja, branco com alperce e frutos secos, entre outros) e seis vinhos (sáb, 25, 20h).

O Simplesmente Vinho decorre no Cais Novo, junto à Alfândega do Porto
Vinhos, música e arte
Não muito longe do Palácio da Bolsa, e junto à Alfândega do Porto, fica o Cais Novo, onde esta sexta-feira e no sábado, dias 24 e 25, decorre o Simplesmente Vinho. A quinta edição, a ocupar o edifício que outrora serviu de armazém de vinho, junta 84 vignerons de Portugal e Espanha, gastronomia, música e arte. João Roseira, um dos responsáveis pela organização, salienta tratar-se do único salão off português, ou seja, “uma festa mais simples” à semelhança do que acontece em Paris, em que se organizam salões mais pequenos ao mesmo tempo que decorre, na cidade, uma festa maior.
Para além das provas, pode-se, também, conversar com os tais vignerons – a organização prefere usar este termo para identificar os produtores, por acreditar que “o vinho tem um pouco de poesia e é o melhor termo para falar da pessoa que trata da vinha, que faz o vinho e o engarrafa”, continua João Roseira. Este ano, além da atuação de uma banda a fechar cada uma das noites (os We Are Mean Chick na sexta-feira, 24, e André Indiana no sábado, 25), no Simplesmente Vinho serão leiloadas obras de 87 artistas a favor do projeto Raiz e de uma associação ambiental de Idanha-a-Nova.
Essência do Vinho > Palácio da Bolsa, R. Ferreira Borges, Porto > 23-26 fev, qui 15h-20h, sex-sáb 15h-21h, dom 15h-10h > €25 (inclui copo)
Simplesmente Vinho > Cais Novo, R. de Mochique, Porto > 24-25 fev, sex-sáb 16h-22h > €15 (inclui copo)