É um percurso pouco claro para quem vê a montra do edifício do século XVIII, na Rua das Flores, no Porto. Só depois de atravessar duas salas se chega ao coração do wine bar Páteo das Flores, no antigo saguão daquela que era conhecida como a Casa dos Constantinos. Partiu dali o projeto de decoração de Pedro Mourão, recriando um pátio português. Ao primeiro olhar, predomina uma estética de inspiração clássica, com a imitação da calçada portuguesa, a cantaria de granito das janelas, o jarrão com um frondoso feto.
Através da cobertura de vidro, descobrimos o toque de irreverência: o mural de arte urbana, de dez metros, executado pelos grafitters Third & Mots, na fachada do edifício que partilha com o Flores Village Hotel. São também da dupla as pinturas das salas. A primeira, com mesas altas, chamando os transeuntes para um copo de vinho ou uns petiscos. A segunda, mais reservada, com duas mesas corridas de seis lugares. “O sítio estava frio e desconfortável, quis devolver-lhe a alma”, explica Pedro Mourão, cuja família paterna viveu nesta casa. Para Bernardo Sampaio, responsável pelo Páteo das Flores, era essencial que fosse “informal”.
Da carta de vinhos constam cerca de 100 referências, sobretudo nacionais, com a região do Douro em evidência. A copo, há brancos, rosés, tintos, Madeira, Portos, espumantes e champanhes. Além de tábuas de queijos e enchidos, existem petiscos (entre €4 e €12), como tigelada de alheira com grelos e ovo escalfado, pimentos padrón, peixinhos da horta, mexilhões e amêijoas cozinhados ao vapor.
Pratos principais, apenas cinco: nos peixes, tiborna de bacalhau, polvo na grelha e lombo de atum com um chutney de tomate; nas carnes, costeletão de boi maturado com arroz de grelos e cogumelos e magret de pato com figos confitados. Tudo obra do jovem chefe de cozinha Raul Sousa, colocando os sabores portugueses em relevo.
Páteo das Flores > R. das Flores, 135, Porto > T. 22 203 1128 > seg 19h30-23h, ter-sáb 12h30-23h