Foi quando viveram em Barcelona e, mais tarde, em Berlim que Joanna Jago, arquiteta, e Vítor Sousa, economista, conheceram o ramen, esta espécie de sopa (que nada tem a ver com a sopa de miso, como veremos adiante) da cozinha japonesa. “Foi aí que nos tornámos grandes consumidores de ramen. Com tanto frio, era um prato aconchegante”, contam. Já no Porto, na noite da última passagem de ano, surpreenderam os amigos com ramen. Foi, nessa altura, que surgiu a ideia de abrirem um restaurante dedicado a esse caldo japonês: o Ramen Break inaugurou no final de abril, entre a Boavista e Cedofeita.
Falemos do ramen, que foi o que aqui nos trouxe. Por enquanto, o restaurante tem cinco variedades, todas confecionadas por Joanna e Vítor. Há dois de carne e três de legumes, um dos quais vegetariano, o Ramiyagi (€8,25), com noodles de arroz, tofu, espinafres e shitake. Os de carne, o Ramazonic (€9,50) e o Ramazuki (9,50), levam um caldo feito com ossos de porco que demora oito horas a cozinhar em lume brando ao qual é depois adicionado alho francês e gengibre. O facto de a preparação do caldo de carne demorar tantas horas é, aliás, a justificação para o Ramen Break abrir apenas três dias por semana. “Precisamos de tempo para preparar os caldos e não queremos descurar a qualidade”, explica Vítor. Apurar o sabor dos caldos parece ser, de facto, o segredo do ramen.
Os restantes ingredientes dos cinco ramen vão variando entre os noodles de massa fresca de trigo, os noodles de arroz ou as gyosas de legumes do Ramagotchi (€8,50), com ou sem ovo, rebentos de soja, milho, entremeada, cebolinho ou sésamo. Toda a carta do restaurante (à exceção de três cervejas e do café) segue a cozinha japonesa. Para entrada, há uma mistura de arare (aperitivo de arroz), ervilhas wasabi e chips de nori (€3,50) e, para sobremesa, gelado de violeta ou chá verde e mochi de sakura com flor de cerejeira. Para beber, limonada, duas cervejas japonesas, saquê e licor de ameixa. Mas, afinal, o ramen é uma canja, um caldo ou uma sopa? “É um prato de massa com um caldo”, responde Vítor Sousa. “Tradicionalmente come-se com os pauzinhos e bebe-se o caldo pela taça, embora muito poucos o façam.” É a força do hábito.
Ramen Break > R. Oliveira Monteiro, 280, Porto > qui-sex 12h30-14h30, 19h45-22h15, sáb 13h-15h, 20h-22h30