Com o Largo de São Domingos inundado de (bons) restaurantes e transformado, atualmente, em “praça da alimentação do Porto”, nas palavras de António Gonçalves, administrador do Lux Hotels, a aposta numa restauração com identidade forte foi uma prioridade da primeira unidade do grupo hoteleiro português no Porto, a funcionar desde abril. “Queremos que o A.S. 1829 Hotel e o restaurante Galeria do Largo sejam marcas distintas, com muita personalidade”, diz. Uma separação que outros hotéis também fizeram questão de assumir.
Os argumentos para se afirmarem junto de hóspedes e locais passam, obviamente, por oferecer boa comida. Mas não só. “A barreira estava muitas vezes associada aos preços”, diz Timóteo Mendes, o responsável pelo Portobello Rooftop Restaurant & Bar, instalado no oitavo andar do Hotel Premium Porto Downtown, com uma vista de 360º graus da Baixa e mais além a partir do seu terraço. “Criamos experiências acessíveis. Simples, mas elegantes. O Portobello não foi desenhado para ser um restaurante de hotel, mas para ser um restaurante do Porto.”
A acompanhar as tendências cosmopolitas, está o Gastrô Bar & Kitchen, o restaurante do NH Collection Porto, aberto em fevereiro. Da praça da Batalha consegue ouvir-se a música que, todas as quintas-feiras, a partir das 18 horas, anima este afterwork, com ostras e gin sempre a rodar. “Gosto muito de viajar e no Porto sentia que havia uma lacuna em hotéis de cidade, com um ambiente mais descontraído”, conta Álvaro Costa, o chefe, de 37 anos, que acumulou passagens por restaurantes de Inglaterra, França, Itália e Portugal. “Este projeto encaixava na perfeição nessa ideia.” A carta do Gastrô, despretensiosa, é feita de tapas, tábuas de queijos e presunto, carpaccios, saladas, sanduíches, pastas, risotos e carnes de qualidade. Não há descrições elaboradas dos pratos, o que favorece o efeito surpresa mal chegam à mesa, bonitos e cheios de cor.
Já no 33 Alameda, instalado no bonito edifício do Vincci Porto Hotel (onde outrora funcionou a lota), projetado por Januário Godinho nos anos 30 do século XX e agora requalificado pelo arquiteto José Carlos Cruz, a carta combina pratos portugueses e mediterrânicos – ou não fosse a gerência da cadeia espanhola Vincci Hoteles. Inaugurado em março, tem registado “uma grande afluência de público”, salienta, satisfeita, Inês Costa, assistente da direção do hotel.
Conquistados pela criatividade estão os clientes do The Artist Porto Hotel & Bistrô que, desde fevereiro de 2014, partilha o edifício da antiga Escola Artística Soares dos Reis com a Escola de Hotelaria e Turismo do Porto. Os seus alunos, aliás, integram a equipa do restaurante, da cozinha ao atendimento às mesas. Ao jantar, os menus de degustação preparados pelo chefe Hugo Dias são uma constante surpresa. Os clientes limitam-se a escolher entre cinco, sete ou nove momentos de degustação (entre €20 e €30, bebidas não incluídas) e a responder a um pequeno inquérito sobre restrições alimentares e produtos mal-amados. A partir daí, deixam nas mãos do chefe a decisão do que vão comer. Quem embarca nesta aventura gastronómica?
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