Se a canção Grândola, de José Afonso, marcou os primeiros meses deste ano de 2013, está bem de ver que será entoada nos desfiles comemorativos do 39.º aniversário do 25 de Abril. Para muitos cidadãos, a data consente recordações entre amigos à roda de uma mesa bebendo moderadamente o seu copo, enquanto a conversa se espraia pela longa solidariedade que o hino de Zeca Afonso prenuncia. Para quem assim vai conviver permito-me sugerir três vinhos de eleição, um branco da Península de Setúbal, um tinto do Douro e um Porto para finalizar o convívio.
Quinta de Camarate Regional Península de Setúbal 2012 ***** – €7
Um branco da José Maria da Fonseca, com a assinatura do enólogo Domingos Soares Franco, surge com uma harmonia total na sua cor citrina brilhante, nos aromas intensos e sabores frutados, em que a casta Alvarinho (75% do lote) desempenha papel fulcral associada ao Verdelho (25%).
O grau alcoólico situa-se nos 12,5% vol. álcool contribuindo para o equilíbrio deste branco primaveril.
Lavradores de Feitoria Museu Coa Douro 2009 ****/***** – €15
Este tinto do Douro Superior, elaborado com uvas das quintas dos Lavradores de Feitoria situadas nesta sub-região duriense, foi comercializado em parceria com o Museu do Coa e daí a sua designação e rótulo. A Touriga Nacional é dominante com 70% do lote final, associada à Tinta Roriz e a vinho de uvas de vinhas velhas com castas misturadas. Nasce assim um tinto moderno com carácter marcado pelo “terroir” paleolítico, cor violeta, aromas vinosos e sabores a uvas e a amoras maduras. Com 14,5% de grau alcoólico, surge macio, com taninos suaves e elegância correspondente.
Andresen Porto Colheita 1997 ****/***** – €17
A casa Andresen é muito reconhecida pelos seus vinhos do Porto brancos velhos. Mas também esta colheita não desmerece daquele prestígio.
Este Porto Tawny datado foi engarrafado em 2010 após estagiar durante 13 anos em cascos a descansar nas caves. Aromas exuberantes, cor topázio, sabores a frutos secos sem perda de frescura na boca.