Ao entrarmos no número 230 da rua de S. Bento, em Lisboa, reconhecemos, de imediato, muitos dos objetos que os nossos pais ou avós tinham em casa. A Retrostore, loja de peças vintage, abriu há cerca de um mês, e aqui podemos encontrar mesas, cadeiras, secretárias, estantes ou candeeiros, lado a lado com telefones, óculos, balanças, máquinas de escrever, gira-discos, quadros, tudo entre as décadas de 50 a 80.
“As peças estão arrumadas como se estivéssemos numa casa”, explica-nos Sebastião Pinto Ribeiro, um dos proprietários da Retrostore. “A ideia é criar um ambiente para dar a perceber que uso lhes podemos dar”.
Por exemplo, um inesperado marco do correio que pode ser transformado em bar ou cofre.
Por outro lado, as poucas lojas dedicadas ao vintage que existem em Lisboa, são todas viradas para o mobiliário nórdico, por isso misturam-se objetos inusitados, como uma arca Louis Vuitton dos finais do século XIX ou um barco telecomandado dos anos 70 do século XX.
Não é fácil encontrar mobiliário e objetos destas décadas, revela Sebastião. “As pessoas não davam valor e, na hora de redecorar a casa, iam para o lixo”. Quer seja na Feira da Ladra ou nos recheios de empresas em falência, é preciso estar atento para conseguir encontrar peças em bom estado ou em estado recuperável, tarefa a cargo de Estêvão Azevedo, o outro sócio.
Formado na Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, ele é o responsável pela oficina de restauração, nas traseiras da loja, por onde já passou, por exemplo, uma secretária assinada por Daciano Costa ou onde está agora um par de lanternas de navio para serem adaptadas ao uso doméstico. Se tiver algo em casa que gostaria de voltar a dar uso, a oficina está aberta a desafios e, em breve, vai ser possível fazer compras através do site (www.retrostore.pt).
RETROSTORE
R. São Bento, 230 Lisboa
T. 21 590 0317.
Seg-Sáb 10h30-19h30