Para quem não consegue ver o mundo sem rótulos, o Parque Biológico de Gaia começa logo por oferecer um interessante desafio antes mesmo de se atravessar a porta de entrada.
“Não é um jardim zoológico, nem uma reserva, também não é propriamente um ecomuseu, nem tão-pouco um jardim botânico.” Ou melhor, “não é apenas cada uma dessas definições mas tem um pouco de todas elas”. Quem assim o apresenta, por entre duas baforadas no inseparável cachimbo, é Nuno Oliveira, diretor do parque desde a criação, há quase 30 anos.
Afinal de contas, a visita da VISÃO também pode ser um bom pretexto para fazer uma pausa na papelada de que vive rodeado no gabinete e esticar um pouco as pernas numa visita guiada pelos 35 hectares onde habitam mais de 150 espécies de animais em cativeiro.
Criado em 1983, o parque foi ideia de uma associação de conservação da natureza que entretanto ganhou uma dimensão impensável para aquela altura. O espaço que hoje ocupa faz dele uma pequena reserva natural ou um centro de interpretação na área urbana, com bosques, quintas e eiras típicas, casas rurais ou os fantásticos moinhos, ainda hoje em pleno funcionamento, alimentados pelas águas do rio Febros. Para além das inúmeras espécies animais, as maiores atrações para os mais pequenos são a quinta pedagógica e os parques temáticos, como o da exposição com réplicas de dinossauros.
De resto, e apesar das muitas visitas de escolas, ao longo de todo o ano, são cada vez mais as famílias ou os simples amantes da natureza e da fotografia quem o procura. Equipado com um parque para autocaravanas, hospedaria, self-service, biblioteca e auditório, o Parque Biológico de Gaia oferece uma variedade enorme de atividades, oficinas e campos de férias, aos mais de 120 mil visitantes anuais que contabilizou, por exemplo, em 2011. Entre as principais atrações, para além das exposições temporárias e permanentes, está também o observatório astronómico. Para a maioria das atividades é conveniente, quando não obrigatório, fazer uma reserva antecipada, como acontece, por exemplo, com as já famosas noites dos pirilampos, que decorrem em junho.
Parque Biológico de Gaia
R. da Cunha, Avintes T. 22 787 8120 Seg-Sex 10h-19h, Sáb-Dom 10h-20h €3 (7-13 anos), €6 (>13) www.parquebiologico.pt