No início era um… dois… três prédios degradados, no centro de Lisboa, todos eles ligados por um logradouro. No fim, é um hotel de cinco estrelas, de uma cadeia espanhola (Fontecruz Hoteles), que está mesmo a abrir portas na Avenida da Liberdade, 138.
Tem 72 quartos, distribuídos por dois edifícios. Um, a que chamam “edifício São José” (por dar para a rua com o mesmo nome), é todo branco e ocupado por apenas seis suites. O outro, “edifício Liberdade”, é todo preto. Tem oito pisos e muita decoração de encher o olho. Tomou o lugar deixado vago pela demolição de dois prédios antigos, dos quais resta apenas uma fachada pombalina, de azulejos e varandas de ferro trabalhado, que se apresenta de braço dado com uma imponente estrutura de aço e vidro.
É (quase) tudo preto. O chão, as paredes… de quando em quando, uns passarinhos brancos empoleirados numa viga, à entrada do restaurante “The Bar”, no rés-do-chão.
Mais à frente, no lobby, um duplo videowall, com imagens (e música) que vão mudando ao longo do dia (e que, nos dias de futebol, transmitirão os grandes jogos). Às vezes, umas palavras soltas, brilhantes Laugh (riso) ou Dream (sonho). Os números das portas também são uma surpresa, por não haver um igual ao outro: misturam porcelana, azulejo, puxadores de gavetas, números metálicos, pratinhos com galos de Barcelos… Já dentro dos quartos, todos com muita luz, há relógios cujos números parecem querer fugir e cabeceiras de cama com imagens tiradas de postais antigos, que foram realmente escritos, carimbados e enviados.
Entre o “São José” e o “Liberdade”, o logradouro foi transformado em deck, com oliveiras, laranjeiras e cadeiras, onde se poderá tomar um copo.
A decoração é da espanhola Eva Almohacid, mas a arquitetura é made in Portugal (foi entregue ao Atelier José Vaz Pires). Como portugueses são, também, os nomes das quatro salas de reuniões existentes no piso -1: Liberdade, República, Ouro e Prata.
Este é o primeiro hotel do grupo hoteleiro Fontecruz construído fora de Espanha (a Lisboa, seguir-se-á Berlim). A obra durou 3 anos e custou €20 milhões de euros. O hotel abre esta semana, devagar devagarinho (em soft opening, como se diz em hotelaria), para que, por terras lusas (para onde, de Espanha, não costuma vir nem bom vento nem bom casamento), esteja tudo como deve ser.
THE FONTECRUZ LISBOA HOTEL
Av. da Liberdade, 138, Lisboa Preco de arranque: €139 (duplo c/pequeno almoço)
![3 hotel](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/11/63291643-hotel.jpeg)
José Caria