O número de casos de HMPV, ou vírus metapneumovírus humano, continua a aumentar na China. Com sintomas muito semelhantes aos das constipações ou gripe, o vírus respiratório HMPV afeta sobretudo crianças e idosos e transmite-se de forma também semelhante, estando a gerar alguma preocupação, sobretudo pelas redes sociais.
Apesar dos meios de propagação em comum com, por exemplo, o SARS-CoV-2, responsável pela Covid-19, os especialistas defendem que não há motivo para alarme e que o risco deo HMPV vir a desencadear uma nova pandemia mundial não é significativo. O Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças já está a monitorizar a situação, descartando, para já, a necessidade de preparação para outra epidemia. “Posso assegurar que, de momento, não há necessidade de preparação para outra epidemia”, referiu Eva Hrncirova, porta-voz da Comissão Europeia para a Saúde, numa conferência de imprensa em Bruxelas.
Em Portugal, já foi identificado um caso pelo Instituto de Saúde Doutor Ricardo Jorge, que se encontra sob vigilância.
O que é o HMPV?
O HMPV foi identificado pela primeira vez nos Países Baixos, em 2001. Presente em todo o mundo, pertence à mesma família que o vírus sincicial respiratório (VSR) e circula sazonalmente durante os meses de inverno.
Na maioria das pessoas, este vírus pode causar sintomas semelhantes aos de uma constipação comum. No entanto, pode provocar dificuldades respiratórias, sobretudo em crianças ou pessoas mais vulneráveis.
Quais os sintomas a que deve estar atento?
Muito semelhantes aos de outras doenças comuns nas estações mais frias do ano, os sintomas da infeção por este vírus incluem tosse, dores musculares, dores de cabeça e garganta, febre, congestão nasal e dificuldades respiratórias.
Em casos mais graves e não tratados, o HMPV pode ter em consequências mais gravosas como bronquites e pneumonia. Em declarações à Sky News, Peter Openshaw, professor de medicina no Imperial College de Londres explica que os casos de hospitalização são os de doentes com níveis oxigénio baixo, o que implicar a necessidade de internamento nos cuidados intensivos ou de ventilação mecânica, “mas isso é relativamente invulgar”.
Como se transmite?
O HMPV é transmitido pelo contacto próximo com pessoas infetadas, através de gotículas respiratórias passadas por espirros ou tosse, por exemplo. Pode ainda ser transmitido através de objetos ou superfícies contaminados
Para minimizar o risco de transmissão podem ser adotadas algumas medidas preventivas como a lavagem das mãos de forma regular ou evitar o contacto próximo com as pessoas infetadas.
Como é feito o tratamento?
Não existe uma vacina para este vírus. O tratamento do HMPV, tal como acontece com outras doenças de inverno, é feito através do alívio dos sintomas pela toma de medicamentos.
Porque é que os especialistas não estão preocupados?
O aumento do número de casos que tem vindo a ser registado na China tem suscitado alguma preocupação, sobretudo pelas similaridades que partilha com a Covid-19. Pelas redes sociais encontram-se a circular diversas fotografias de hospitais sobrelotados no país. No entanto, segundo os especialistas, não há razões para acreditar que o HMPV venha a desencadear uma pandemia semelhante à que ocorreu em 2020.
No final de dezembro, as autoridades de saúde chinesas afirmaram estar a intensificar a vigilância das doenças respiratórias e que é expectável que ocorra um aumento do número de casos durante o inverno. “As infeções respiratórias tendem a atingir o seu pico durante o inverno. Os casos de doença parecem ser menos graves e propagam-se em menor escala do que no ano anterior”, sublinhou Mao Ningna, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, citado pelo The Independent.