Um recente estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores da Universidade de Flinders, na Austrália, confirmou uma teoria que tem vindo a ganhar força nos últimos anos: que a utilização de cobertores pesados ao dormir tem efeitos positivos significativos na qualidade do sono de adultos. A investigação, publicada na revista científica American Journal of Occupational Therapy, sugere que a pressão que o peso destes objetos exerce sobre o corpo humano ajuda a regular o sistema nervoso e a promover uma sensação de relaxamento – reduzindo os níveis de ansiedade e stress.
Ao todo foram analisados 18 estudos anteriores sobre os efeitos de cobertores pesados em todas as idades. De acordo com as conclusões observadas, dormir tapado com um desses objetos permitiu – em algumas pessoas – reduzir a dependência de medicação para dormir , melhorar a qualidade do sono e humor e combater sintomas de ansiedade e depressão . “O sono é uma necessidade humana básica e quando alguém não dorme o suficiente, isso pode levar a vários problemas de saúde, bem como aumentar o risco de, ou exacerbar, doenças crónicas, incluindo doenças cardíacas, derrames e problemas de saúde mental ”, disse Suzanne Dawson, autora do estudo, num comunicado do estabelecimento de ensino.
De acordo com um estudo publicado na revista European Journal of Public Health, em 2023, em Portugal, um em cada cinco adultos têm dificuldades para adormecer. Dados que revelam a importância da pesquisa científica por métodos não convencionais que possam ajudar a melhorar a qualidade do sono e a reduzir os sintomas de patologias mentais como o stress, a ansiedade ou a depressão. Cobertores pesados são uma alternativa ou complemento natural aos medicamentos para dormir.
Apesar de não ter sido comprovado o impacto positivo dos cobertores no sono de crianças e adolescentes, também houve relatos positivos, por parte de alguns pais, do uso desses produtos. “Os pais frequentemente relataram que seus filhos pareciam mais relaxados, menos ansiosos e mais focados durante as atividades diárias quando usavam os cobertores, o que pode ter um impacto a longo prazo em seu bem-estar geral”, explicou Dawson.
A equipa de pesquisadores agora quer ajudar a desenvolver diretrizes clínicas para o uso desses objetos, como o peso do cobertor. “Existem vários tipos de cobertores, desde os que contêm contas ou correntes, e em vários pesos, mas ainda não há recomendações padronizadas, incluindo tipo, peso, frequência de uso ou duração”, concluiu a especialista.