Destinada aos doentes que apresentam apenas resposta parcial aos medicamentos para a depressão major, a primeira aplicação classificada como tratamento para a doença foi, esta semana, aprovada pela FDA, o organismo que regula o mercado da alimentação e medicamentos nos Estados Unidos.
A Rejoyn deverá ser usada (apenas por maiores de 22 anos) ao mesmo tempo que os fármacos antidepressivos e implica seguir um programa de seis meses que combina um treino cognitivo-emocional com terapia cognitiva comportamental.
Para o treino cognitivo-emocional, a app usa uma tarefa que consiste em que pedir aos utilizadores que identifiquem e comparem as emoções exibidas numa série de rostos. Na base estão investigações que concluíram que estes exercícios podem estimular a amígdala e o córtex pré-frontal dorsolateral – acredita-se que as duas regiões estão envolvidas nos casos de depressão, e ter efeitos anti-depressivos.
Em comunicado, Brian Iacoviello, conselheiro científico da Click Therapeutics, uma das duas empresas envolvidas na criação da app (a outra é a Otsuka Pharmaceutical) e co-autor da forma terapêutica acima descrita, explica que a Rejoyn consegue melhorar as ligações nas regiões cerebrais afetadas pela depressão.
Para fazer o download desta aplicação vai ser necessário ter uma receita médica. A nota à imprensa refere que deverá estar disponível ainda no final deste ano, sem especificar o valor.
A luz verde da FDA teve por base um ensaio clínico que envolveu 386 pessoas, com idades entre os 22 e os 64 anos, todas diagnosticadas com transtorno depressivo major e não responsivas aos antidepressivos. Parte dos participantes usaram a Rejoyn, enquanto os restantes usaram outra aplicação que se limitava a oferecer tarefas de memória, sem qualquer relação com treino cognitivo-emocional ou terapia cognitiva comportamental.
Houve, de facto, melhorias ao nível dos sintomas da depressão nos participantes que usaram a Rejoyn, mas as diferenças em relação à outra app não foram significativas.
Como um dispositivo médico de baixo/médio risco, a Rejoyn, para ser aprovada, só precisava de provar que era “substancialmente equivalente” a outro dispositivo no mercado, em termos de segurança e eficácia.