De acordo com um novo estudo, a depressão pode desempenhar um papel direto no desenvolvimento da diabetes tipo 2, o que leva os autores a apelar para que a perturbação seja considerada um fator de risco, a par da obesidade, do sedentarismo e do historial familiar da doença.
“Este estudo extremamente importante dá-nos novos conhecimentos sobre as ligações entre a genética, a diabetes tipo 2 e a depressão, indicando que a depressão pode contribuir para o desenvolvimento da diabetes tipo 2”, resume Elizabeth Robertson, diretora de investigação da Diabetes UK, que financiou a investigação.
O estudo utilizou dados de centenas de milhares de pessoas do Reino Unido e da Finlândia, incluindo 19 mil com diabetes tipo 2, 5 mil diagnosticadas com depressão e 153 mil que declararam ter depressão, mesmo sem diagnóstico formal.
Os investigadores analisaram informações genéticas e de saúde e descobriram que apenas 36,5% do efeito da depressão nos diabetes tipo 2 podia ser explicado pela obesidade. Os autores observaram também sete variantes genéticas que contribuem tanto para a diabetes de tipo 2 como para a depressão. De acordo com os investigadores, estes genes partilhados desempenham um papel na secreção de insulina ou na inflamação no cérebro, no pâncreas ou no tecido adiposo, sendo que as alterações nestes processos biológicos explicam potencialmente a forma como a depressão aumenta o risco deste tipo de diabetes.
“Aconselhamos vivamente todas as pessoas com depressão a conhecerem o seu risco de diabetes de tipo 2, preenchendo a ferramenta online gratuita Know Your Risk da Diabetes UK, para que possam obter o apoio adequado para reduzir o seu risco e evitar a diabetes de tipo 2″, sugere Robertson.
A diabetes mellitus tipo 2 é a forma mais frequente de diabetes: 9 em cada 10 diabéticos são do tipo 2. Sendo também o tipo mais frequente de diabetes: cerca de 1 em cada 10 portugueses tem este tipo de diabetes. Esta patologia surge em qualquer idade, mas é mais frequente nas pessoas adultas com peso a mais.