Investigadores da University College London, no Reino Unido, realizaram uma ressonância magnética (RMN) e um teste de PSA, uma análise de sangue ao antigénio específico da próstata, a 303 homens, com idades compreendidas entre os 50 e os 75 anos.
Dos 303 homens que participaram no estudo, publicado na revista médica BMJ Oncology, 48 (16%) tiveram um rastreio por ressonância magnética positivo, que sugeriu a presença de cancro da próstata, de acordo com os investigadores. 25 (52%) desses 48 homens foram então diagnosticados com “cancro clinicamente significativo”, enquanto outros dois homens (4%) receberam o diagnóstico de “cancro clinicamente insignificante”.
Segundo a equipa de investigação, dos 25 homens com uma ressonância magnética positiva e cancro clinicamente significativo, 15 tinham níveis de PSA inferiores ao valor de referência atual de rastreio de 3ng/ml, o que significa que, de acordo com o modelo atual, não teriam sido encaminhados para mais testes.
Esta discrepância sugere que os testes convencionais de PSA possam dar falsas garantias aos homens cujo cancro passa despercebido. “As limitações bem conhecidas dos antigos estudos de despistagem baseados no PSA, como o sobrediagnóstico e o sobretratamento associado, são cada vez mais atenuadas pela utilização da RMN”, afirmou Nick James, professor de investigação do cancro da próstata e da bexiga no Institute of Cancer Research, em Londre, ao tabloide britânico Daily Mail.
De acordo com James, o estudo “reforça ainda mais o valor da RMN como via de diagnóstico do cancro da próstata”. Também Simon Grieveson, diretor adjunto de investigação da organização de beneficência Prostate Cancer UK, referiu, citado pelo Daily Mail, que os resultados são “extremamente empolgantes.”
“Queremos agora ver estudos muito maiores, à escala do Reino Unido, para perceber se a utilização da ressonância magnética como primeiro passo para fazer o teste pode constituir a base de um programa nacional de rastreio”, acrescentou Grieveson.
De acordo com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, em Portugal o cancro da próstata é o tipo de cancro frequente no homem, sendo que 1800 homens por ano em Portugal são vítimas deste tipo de cancro, muitas das vezes por um diagnóstico tardio. Números da Associação Portuguesa de Doentes da Próstata (APDP) indicam que em média, 1 em cada 6 homens será diagnosticado com cancro da próstata.