Um grupo de investigadores identificou oito hábitos relacionados com um estilo de vida pouco saudável que, caso não sejam alterados, podem fazer com que se viva menos 20 anos. As descobertas do estudo foram apresentadas no Nutrition 2023, o encontro anual da American Society for Nutrition, realizado em Boston, EUA.
A equipa analisou, a partir de dados de questionários realizados entre 2011 e 2019, os hábitos de vida de mais de 719 mil pessoas, escreve o Independent, e a sua conclusão foi que a falta de exercício, o uso de estupefacientes e o tabagismo têm o maior impacto negativo na esperança de vida e podem levar a um risco entre 30 e 45% maior de morte, de acordo com o estudo. O stresse, o consumo excessivo de álcool, a má alimentação e uma má higiene do sono foram também associados a um aumento de cerca de 20% no risco de morte. Entra ainda na equação a falta de relacionamentos sociais positivos, que pode representar um aumento de 5% no risco de morrer.
Pelo contrário, afirmam os investigadores, os participantes que tinham hábitos saudáveis – dormiam melhor, o consumo de álcool não era excessivo e seguiam uma dieta saudável, por exemplo – viviam mais anos: a equipa deu conta de que que os homens que seguiam hábitos saudáveis, aos 40 anos, viveriam, em média, mais 24 anos do que os homens sem qualquer um desses hábitos; já as mulheres viveriam 21 anos mais, em média.
Apesar de o estudo ser inicial e ainda não ter sido revisto pelos pares, os investigadores destacam o grande papel destes fatores na esperança de vida. “Ficámos realmente surpresos com o quanto poderíamos ganhar com a adoção de um, dois, três ou os oito fatores de estilo de vida”, refere Xuan-Mai Nguyen, um dos autores do estudo e especialista em ciências da saúde, no Centro Médico de VA Boston, um conjunto de hospitais administrados pelo Departamento de Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos. “Quanto mais cedo melhor, mas mesmo que faça apenas uma pequena mudança aos 40, 50 ou 60 anos, continua a ser benéfico.”