O sketch “Ministry of Silly Walks” (ou o Ministério dos Andares Estranhos) da série Flying Circus, foi para o ar em 1970, mas, pelo investigador americano Glenn Gaesser, bem podia tornar-se moda agora, mais de 50 anos depois. Fã assumido dos Monty Phyton, o professor na Universidade do Arizona quis avaliar até que ponto as “silly walks” inventadas por duas personagens, o senhor Teabag e o senhor Putney, seriam mais eficazes no sentido do gasto calórico do que uma caminhada normal, já que os níveis de inatividade física a nível global ainda são preocupantes.
O senhor Teabag, interpretado pelo ator, John Cleese, move-se com uma estranha coreografia, que inclui pontapés, saltinhos, quatro passos à frente e um atrás, enquanto assobia. Já a caminhada do senhor Putney, personagem desempenhada por Michael Palin, é mais estável e a sua particularidade consiste em abanar a perna esquerda.
O investigador reuniu a um grupo de 13 adultos – seis homens e seis mulheres, com idades compreendidas entre os 22 e os 71 anos. Os participantes deste estudo caracterizavam-se por serem pessoas saudáveis, não fumadoras, sem problemas pulmonares ou limitações ortopédicas, que tinham de fazer três caminhadas de cinco minutos cada, num percurso de 30 metros – a primeira caminhada era livre, enquanto a segunda e a terceira tinham de ser uma imitação das formas de andar do senhor Teabag e do senhor Putney. Em qualquer dos percursos, os participantes usaram um aparelho de medição metabólica portátil, para avaliar o consumo de oxigénio e calcular o gasto energético e foi este dispositivo que permitiu concluir que em termos de gasto calórico, andar à moda de Teabag é 2,5 vezes mais eficaz. Já o estilo Putney não se mostrou mais útil do que uma caminhada “normal”.
Feitas as contas, Gaesser conclui que um adulto que ande cerca de 5 mil passos por dia, pode aumentar o seu gasto calórico diário em 100 Kcal se trocar 22 a 34% desses passos pela “técnica” de Teabag. Andar desta forma “ineficiente” durante cerca de 11 minutos por dia equivale a 75 minutos semanais de atividade física considerada “vigorosa”.