Não é um método usual, mas pode ajudar a diagnosticar pacientes com alguns traços da perturbação do espectro do autismo: um estudo levado a cabo por investigadores italianos e australianos, e publicado na eLife, descobriu que as mudanças no tamanho das pupilas de um paciente, enquanto observa a ilusão de ótica de um cilindro tridimensional a girar, pode estar correlacionado com o diagnostico da doença.
As pupilas contraem levemente quando uma pessoa foca o olhar em objetos mais claros e aumentam quando o foco é num objeto mais escuro. Da mesma forma, as mudanças no tamanho da pupila podem indicar se alguém está concentrado ou não.
A ilusão de ótica de um cilindro tridimensional a girar é, na verdade, um gif composto por bolas brancas e pretas, que parecem mover-se. Há pessoas que precisam de se focar em determinados pontos para verem o cilindro: se focarem nos pontos brancos o cilindro parece girar para a esquerda; focando nos pontos pretos parece que gira para a direita. Existem também pessoas que conseguem ver a imagem em três dimensões olhando para ela como um todo, focando em todos os pontos ao mesmo tempo.
Os que são mais focados nos detalhes tendem a olhar apenas para uma cor de cada vez e alternar entre o preto e o branco, o que faz com que suas pupilas oscilem de tamanho. Quem olha para a imagem como um todo, mantém a dimensão das pupilas constantes. É esta diferença que pode ajudar no diagnóstico.
O que os investigadores fizeram foi mostrar a ilusão a 50 adultos que não tinham nenhum diagnóstico da doença. Em vez de perguntar aos voluntários o que eles viram, usaram as pupilas para perceber onde estava o foco de cada um. Depois de observarem a reação, os investigadores colocaram um questionário aos voluntários, com perguntas que ajudam a retratar a sua personalidade e particularidades.
A equipa chegou à conclusão que os que oscilavam as pupilas quando observavam a ilusão de ótica eram os mesmos que tinham traços mais similares aos do autismo. Os investigadores acreditam que esta correlação prende-se pelo facto de pessoas autistas, ou com traços autistas, são simplesmente mais focadas nos detalhes e, portanto, prestam mais atenção aos conjuntos individuais de pontos do que à imagem como um todo.