As últimas conclusões de um grande estudo realizado na Inglaterra, que continua em andamento e envolve mais de 2 milhões de pessoas, concluiu que os voluntários infetados com a variante Ómicron do coronavírus parecem ter apanhado Covid-19 anteriormente com mais frequência do que os infetados com outras variantes. Inicialmente, a equipa revelou até que esse valor rondaria os dois terços.
A conclusão mais recente é referente à análise das duas primeiras semanas deste ano, em que foram enviados e recolhidos cerca de 100 mil testes PCR às famílias dos voluntários, entre 5 e 20 de janeiro, sendo que, deste número, mais de 3500 deram resultados positivos. De acordo com a equipa, esta foi, de longe, até agora, a taxa mais alta verificada ao longo do estudo, desde o início da pandemia, com a grande maioria dos casos positivos a revelarem a variante Ómicron.
Investigação precisa de continuar para se perceber se números são reais
Depois de realizados os testes, a equipa concluiu inicialmente que, de todos os infetados com a Ómicron, quase 65% relatou já ter tido Covid-19 anteriormente. Contudo, porque os investigadores perceberam que o número de reinfeções relatadas podia não ser autêntico, a investigação terá de continuar para se perceber, de facto, quantas reinfeções houve no grupo analisado.
Também não se sabe, explica a equipa do grande estudo, denominado React, qual o número de voluntários positivos que estavam totalmente vacinados, ressalvando ainda a hipótese de, em alguns casos, os testes de PCR podem ter detetado ainda antigos vestígios do vírus.
De acordo com Paul Elliott, professor de epidemiologia e medicina de saúde pública do Imperial College de Londres e diretor do programa REACT, um grande estudo que mede a evolução da transmissão do vírus na população britânica, estes casos podem não ser reinfeções já que uma pessoa pode dar positivo duas vezes pela mesma infeção. “Não sabemos quando tiveram, pode ter sido em maio de 2020 ou na semana passada”, esclarece.