Um estudo britânico publicado na última semana concluiu que as pessoas com mais graus de educação ou que ocupam cargos de gestão, por exemplo, nos primeiros empregos são mais saudáveis ao nível cardíaco do que as que não tiveram este tipo de primeiro trabalho.
Os autores da pesquisa, publicada no Journal of Epidemiology and Community Health, dizem que esta disparidade pode ter a ver com a adoção ou não de hábitos saudáveis no início da idade adulta, quando se começa a trabalhar. A conclusão mais surpreendente deste estudo, de acordo com os autores, foi, de facto, que o primeiro emprego parece ter um impacto maior na saúde cardiovascular do que o trabalho atual ou até o salário dos participantes.
A investigação, realizada por pesquisadores das Universidades de Cambridge e Bristol e do Social Research Institute da University College London, no Reino Unido, teve em conta a análise, durante décadas, de mais de 12 mil britânicos, que tinham tido, entre os 16 e os 24 anos, primeiras profissões relacionadas com o ensino ou direito, mas também cientistas, médicos e funcionários públicos, por exemplo.
Os voluntários foram avaliados aos 46 anos, sendo examinados parâmetros relacionados com a saúde cardíaca, incluindo os valores da pressão arterial e os níveis de colesterol. Os resultados foram comparados aos de voluntários que tinham ficado inicialmente desempregados ou que tinham tido primeiros trabalhos como, por exemplo, empregados de mesa. De acordo com os autores, o primeiro grupo de voluntários tem um risco menor de vir a ter, no futuro, ataques cardíacos e menor probabilidade de morrer de doenças cardiovasculares.
A equipa de investigadores diz que os resultados do estudo alertam para a necessidade de se dar apoio desde cedo aos jovens empregados, tanto social como economicamente, de forma a serem prevenidas doenças cardíacas mais tarde na vida.