A altura permanece igual nos seres humanos desde o final da puberdade até aos 50 anos, momento em que começa a diminuir. Um novo estudo, publicado na revista BMJ Open, verificou que mulheres que têm uma diferença maior entre a altura em idade jovem e na meia-idade têm um risco mais elevado de morrer precocemente, incluindo por doenças cardiovasculares.
Os cientistas analisaram dados de 2 406 mulheres suecas e dinamarquesas nascidas entre 1908 e 1952 recrutadas para exames quando tinham entre 30 e 60 anos e que foram reexaminadas num prazo de 10 a 13 anos.
O risco de morte por doença cardiovascular aumentou em mulheres que perderam altura durante a meia-idade, revelando um risco de morte 21% maior para cada centímetro perdido e um risco de morte duas vezes superior por AVC. Os resultados foram obtidos independentemente da idade, tempo entre a medição da altura, peso, educação e fatores de estilo de vida.
“A perda de altura provavelmente não é o fator de risco em si, mas é um indicador de outras causas”, explica Sofia Klingberg, da Universidade de Gotemburgo, Suécia, e co-autora do estudo.
No total, 625 participantes morreram durante o período de acompanhamento, que durou aproximadamente 20 anos, estando 157 das mortes relacionadas com doenças cardiovasculares. A investigação concluiu, também, que, no geral, as mulheres perderam em média 0,8 cm de altura em 11,4 anos.
“As pessoas perdem estatura à medida que envelhecem por causa de mudanças na coluna, por exemplo, por causa da redução da altura entre os discos e as vértebras na coluna”, explicou a investigadora, acrescentando, também, que fraturas por pressão na coluna e alterações na postura podem resultar numa maior perda de altura.
Cada centímetro de altura perdido está associado a um risco de 15% de morte por qualquer causa, enquanto as mulheres que perderam mais de dois centímetros de altura entre medições tiveram um risco 80% maior de morte por qualquer causa e a qualquer momento.
Já as mulheres que praticavam atividades físicas regulares e de alta intensidade apresentavam menos redução na estatura do que aquelas que praticavam quatro horas ou mais de exercício de baixo impacto por semana.
“A atividade física intensiva está provavelmente associada à redução da perda de estatura, pela redução da densidade mineral óssea e pelo aumento da força muscular e uma postura mais ereta”, disse Klingberg.