Idade, doença cardiovascular, obesidade, hipertensão, demência, sistema imunitário debilitado ou diabetes são alguns dos fatores de risco já bem identificados na Covid-19, mas um novo estudo vem agora acrescentar à lista a falta de exercício físico. Os investigadores norte-americanos, de várias instituições na Califórnia, não só apontam a inatividade física como um catalisador de sintomas mais severos da doença, com maior probabilidade de hospitalização, internamento em unidades de cuidados intensivos (UCI) e morte, como a consideram “um fator de risco maior” do que todos os outros referenciados, “com exceção da idade e da transplantação de órgãos”, que impacta o sistema imunitário.
Publicado esta terça-feira, 13, no jornal científico British Journal of Sports Medicine, este estudo observacional envolveu mais de 48 mil pacientes diagnosticados com Covid-19 até 21 de outubro de 2020. Como medida de referência, os cientistas utilizaram a recomendação do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos EUA, que é a mesma da Organização Mundial da Saúde e que a Direção-Geral da Saúde, em Portugal, também adota: 150 minutos de atividade física por semana, ou 22 minutos por dia. Os pacientes que, nos dois anos anteriores, tiveram estes índices de atividade física (ou mais elevados) “revelaram probabilidades mais baixas de hospitalização, admissão em UCI e morte”. Mesmo as pessoas com algum nível de atividade física, ainda que abaixo dos parâmetros de referência, mostraram a mesma tendência, na comparação com aquelas que levaram vidas sedentárias, durante o mesmo período.
Nas conclusões, os investigadores fazem ainda notar que não fazer exercício físico é um fator de risco maior do que “fumar, a obesidade, a diabetes, a hipertensão, a doença cardiovascular e o cancro”. “Recomendamos esforços para que promoção da atividade física seja uma prioridade das autoridades de saúde pública e venha a ser incorporada como um cuidado médico de rotina”, sugere o estudo liderado por Robert Sallis, da Universidade de San Diego.