A vacina desenvolvida pela Janssen, uma subsidiária da Johnson & Johnson, foi a quarta a ser autorizada pela Agência Europeia de Medicamentos, a seguir às das farmacêuticas Pfizer, Moderna e AstraZeneca. Contudo, é a primeira a implicar apenas uma dose, em vez de duas, o que poderá contribuir para acelerar o processo de vacinação.
A chegada das vacinas da Johnson & Johnson a Portugal está prevista para a segunda metade de abril. O primeiro lote será de 1,25 milhões de doses, de um total de 4,5 milhões.
No total, a Comissão Europeia contratou o fornecimento de 200 milhões de doses desta vacina, com a opção de duplicar este número até aos 400 milhões. No entanto, no fim do segundo trimestre deste ano, só deverão ter chegado à Europa 55 milhões.
A eficácia da vacina da Johnson & Johnson é de 85% na prevenção de formas graves da doença
No caso da vacina da Johnson & Johnson, o processo de imunização funciona através da inoculação de um vetor viral – um adenovírus inativado – no qual foi inserido o ADN do gene do SARS-CoV-2 responsável pela produção da espícula, a proteína que permite ao vírus entrar nas células humanas.
Com a ajuda da vacina, o sistema imunitário aprende a reproduzir estas proteínas inofensivas e a reconhecê-las como invasoras, o que será essencial para combater o vírus, caso se confronte com ele.
Também a vacina da AstraZeneca utiliza um vetor viral, enquanto as da Pfizer e da Moderna utilizam a tecnologia do RNA Mensageiro.
Apesar de exigir apenas uma toma, a mais recente vacina a ser autorizada na Europa tem uma eficácia de 66% na prevenção da Covid-19, sendo que foi a primeira a ser testada já com diferentes variantes em circulação. A eficácia sobe para 72% nos Estados Unidos da América e desde para 57% na África do Sul.
No entanto, se em vez da prevenção da infeção for analisada a proteção contra formas graves da doença, a vacina tem resultados positivos em 85% dos casos. Tal como todas as outras, também é totalmente eficaz a evitar o internamento, a partir do 28º dia após a inoculação – mesmo contra as diferentes variantes em circulação.
Além da dose única, outra das vantagens da vacina desenvolvida pela Janssen é poder ser conservada num frigorífico comum
Na África do Sul, onde circula a B.1.351, a sua eficácia é de 57%, o que levou o Governo local a optar por esta vacina e a doar as doses da da AstraZeneca à União Africana, devido ao seus maus resultados diante desta variante que causa preocupação.
Apesar das vacinas da Pfizer e da Moderna terem anunciado uma eficácia de 95%, a verdade é que foram testadas antes do aparecimento das novas variantes. Já a da AstraZeneca, de acordo com a farmacêutica, tem uma eficácia de 79%.
Além da dose única, outra das vantagens do fármaco desenvolvido pela Janssen é poder ser conservado num frigorífico comum, a uma temperatura entre 2 e 8 graus Celsius durante três meses ou mesmo ao longo de dois anos a 20 graus abaixo de zero. Condições que a tornam especialmente adequada para ser utilizada em locais com condições logísticas mais débeis, como os países em desenvolvimento.
Por isso mesmo, a farmacêutica associou-se ao consórcio Covax, no qual também participa a Organização Mundial da Saúde, com o objetivo de facilitar o fornecimento de vacinas aos países mais pobres. Até 2022, Janssen deverá fornecer-lhes 500 milhões de doses.