O ritmo da vacinação contra a Covid-19 aumentou ligeiramente nas últimas duas semanas, mas doses continuam a chegar ao País a conta gotas. O coordenador da Task Force que gere as vacinas tem a expectativa de recuperar o tempo perdido nos próximos trimestres e antevê que a imunidade de grupo possa chegar mais cedo, no início ou a meio de agosto.
“Há uma expectativa mais positiva em relação ao segundo trimestre e muito mais positiva em relação ao terceiro e quarto trimestres”, disse o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, esta segunda-feira, no Infarmed. “O período em que se atinge a imunidade de grupo com 70% [da população vacinada] pode, eventualmente, reduzir-se relativamente ao fim do verão, passando para início ou meio de agosto”, continuou o Coordenador da Task Force para o Plano de Vacinação contra a Covid-19 em Portugal, que quis ser cauteloso e reforçou a ideia de que isto são “expetactivas que têm de se confirmar”.
4,5% dos portugueses já receberam primeira dose da vacina; 2,7% completaram a vacinação
A perspetiva mais simpática baseia-se numa mudança de cenário, que, segundo o vice-almirante, aconteceu a 19 de fevereiro. Portugal está a receber mais doses das vacinas, embora não as suficientes para colmatar os atrasos anteriores na produção das farmacêuticas.
Atualmente, há sete pessoas vacinadas em cada cem e o País já recebeu cerca de um milhão de vacinas. Destas, 680 mil foram distribuídas por Portugal continental e 29 mil pelas regiões autónomas dos Açores e da Madeira. Esta segunda-feira, chegaram ao País mais 230 mil doses, que deverão seguir para as diferentes regiões de saúde para serem aplicadas ainda em pessoas prioritárias.
O balanço da vacinação até à data é positivo: “está a decorrer bem face às disponibilidades e está-se a vacinar com o máximo de vacinas que chegam a Portugal”, sublinhou Henrique Melo e Gouveia. Por isso, o vice-almirante acredita que está na altura de começar a montar a logística que dará suporte ao aumento do número de doses disponíveis. Como, no segundo trimestre do ano, o “estrangulamento, em principio, desaparecerá” é preciso preparar espaços alternativos aos centros de saúde para vacinar os cidadãos, que podem chegar aos 100 mil por dia.
Portugal registou, esta segunda-feira, mais 549 casos de Covid-19 e 61 vítimas mortais. Foram ainda consideradas curadas 2 187 pessoas, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde. Há mais seis doentes internados em enfermaria, elevando o número de hospitalizações para 3 322. Já nos cuidados intensivos estão 627 pessoas, menos 11 que no dia anterior.