A especulação sobre os efeitos secundários da vacina para a Covid-19 já dura desde que esta começou a ser administrada por todo o mundo. Recentemente, a Bloomberg noticiou que, na Noruega, 33 pessoas tinham morrido depois de tomarem a vacina da Pfizer, num universo de 42 mil vacinados. Em comunicado, a Organização Mundial de Saúde (OMS) rapidamente clarificou que estas mortes “estão em linha com as taxas de mortalidade por todas as causas esperadas na população mais idosa” e que o sucesso da vacina continua a ser “favorável”, mesmo em faixas etárias mais avançadas. Também na Alemanha, onde mais de 800 mil pessoas já receberam a primeira das duas doses da vacina, o Instituto Paul Ehrlich investigou sete casos de idosos que morreram logo após a vacinação. No relatório do instituto foi referido que as mortes ocorreram provavelmente devido a condições prévias dos doentes e não pela inoculação da vacina.
Assim, de forma a compreender estes potenciais efeitos secundários da vacina da Pfizer, um estudo da COVID Symptom Study, uma iniciativa sem fins lucrativos que se foca na investigação da Covid-19, veio clarificar os mesmos até à data. A equipa do King’s College, em Londres, pediu aos participantes para relatarem os seus sintomas secundários através de uma aplicação nos seus telemóveis, a Zoe App.
De acordo com os seus investigadores, os resultados, baseados numa amostra de 40 mil pessoas – na sua maioria, profissionais da saúde – são muito tranquilizadores. Segundo as suas descobertas, 37% dos vacinados com a primeira dose experienciou efeitos secundários relacionados com a zona do corpo onde foram vacinados – como dores ou inchaços -, tendo esta percentagem subido para 45% entre os 10 mil participantes que receberam a segunda dose.
Quanto a outros secundários que abrangem todo o corpo, apenas 14% das pessoas afirmou que, depois da primeira dose, sentiu febre, dores de cabeça ou arrepios. A percentagem subiu para 22% na segunda dose, revelando que esta produz efeitos secundários mais acentuados – mas que tendem a desaparecer passados poucos dias.
No seu estudo, os investigadores sublinharam que estes são efeitos secundários expectáveis e que são uma parte natural do processo de vacinação. Não se trata de uma doença em si, mas sim da resposta do corpo à vacina. “Em geral, a maioria das pessoas deve sentir-se tranquilizada com estes dados”, concluiu Tim Specton, líder da investigação, em declarações à BBC.
Até ao momento, Portugal já recebeu 387.770 doses da vacina da Pfizer-BioNTech, sendo que, até ao final da campanha de vacinação, se prevê que este número atinja as 4.5 milhões de doses. Com uma taxa de eficácia de 95%, esta vacina é tomada em duas doses e precisa de ser conservada a 70 graus negativos.