O anúncio está numa nota divulgada no site da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Brasil. “Foi com profundo pesar que a Reitoria da UFRJ teve ciência que nosso ex-aluno João Pedro Rodrigues Feitosa faleceu na última quinta-feira, 15/10, decorrente de complicações da Covid-19.” Segundo se lê no site, o médico, 28 anos, é o voluntário que fazia parte dos ensaios clínicos da vacina que a AstraZeneca está a desenvolver em conjunto com a Universidade de Oxford, cuja morte foi anunciada na quarta-feira.
Ao que alega ainda a imprensa brasileira, a vítima não tinha comorbidades e, desde março, que estava colocado no atendimento a doentes infetados com o Sars Cov-2 em unidades de cuidados intensivos e urgências de um hospital privado e outro da rede municipal do Rio de Janeiro. Perante a notícia da sua morte, e a não suspensão dos ensaios daquela vacina, logo foi avançado que a vítima não teria recebido uma dose do imunizante, mas uma substância placebo. Citadas pela Bloomberg, as instituições que participam do desenvolvimento da vacina confirmaram a morte, mas não a identidade do voluntário.
Recorde-se que os testes da fase 3 desta potencial vacina para a Covid-19 tinham sido iniciados no Brasil em finais de junho. O estudo envolve cerca de oito mil voluntários e até agora ainda não tinha havido registo de efeitos graves na saúde dos participantes brasileiros. Mas, no início de setembro, um outro incidente com um voluntário do grupo do Reino Unido levou a farmacêutica a suspender os trabalhos durante três dias. Uma inflamação na coluna levantara a suspeita de uma reação adversa, o que levou a essa paragem para rever todos os procedimentos de segurança.
Dias depois, os testes seriam retomados no Brasil – tal como no Reino Unido e outros países –, com a Anvisa, a agência reguladora do setor no país, a ressalvar que iria “continuar a acompanhar todos os efeitos secundários adversos ocorridos durante os testes e que, no caso de ser identificado qualquer situação grave com os voluntários brasileiros, tomaria as medidas pertinentes”.
O Governo brasileiro tem um acordo para receber 100 milhões de doses desta vacina, que também será fabricada no país pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), se a eficácia for cientificamente comprovada.