Um novo estudo, publicado esta semana concluiu que os prestadores de cuidados de saúde revelaram um aumento dos níveis de stresse em tempos de pandemia.
O estudo foi conduzido pela organização Blue Cross Blue Shield (BCBS) que utiliza uma ampla base de dados para identificar as tendências da prestação de cuidados de saúde nos Estados Unidos. O relatório da análise concluiu que cerca de 26% dos prestadores de cuidados não renumerados que tentam conciliar o trabalho e a vida familiar estão a sofrer de stresse severo, e notam uma diminuição da saúde física. A principal responsável? A pandemia da Covid-19.
A análise revelou, ainda, que os prestadores de cuidados pertencentes à geração millennial, pessoas que, atualmente, têm entre 24 e 39 anos, acabam por ser os mais afetados comparativamente com a população em geral. A 82% dos millennials foi identificada a probabilidade de desenvolver problemas de hipertensão e 60% viram a ansiedade e depressão aumentar. Além disso, os pertencentes a este grupo eram mais propensos a ir parar às urgências hospitalares (33%) ou, até mesmo, a serem hospitalizados (59%).
Mas os especialistas acreditam que estes problemas possam advir do facto de que a geração millennial tender a ser menos saudável do que a geração anterior, chamada de Geração X, aproximadamente com a mesma idade. Esta conclusão surge após um estudo publicado pela BCBS, em 2017, que descobriu que os millennials são mais propensos a desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes tipo 2 e depressão severa. Além disso são, também, mais propensos a consumir tabaco e álcool, e a sofrer de transtornos causados pelo uso de substâncias, quando comparados com a restante população.
Alex Drane, uma das fundadoras do Archangels, um movimento americano de homenagem aos prestadores de cuidados de saúde, diz que há um outro fator que diminui a capacidade da geração mais nova tem para lidar com o vírus. “Por serem mais jovens, eles não viram o mundo a piorar, como os boomers [população nascida no pós-guerra]”, disse, citada pela CNN. “Quanto mais jovem és, maior é o sentimento de sobrecarga no que concerne em lidar com a Covid-19″, acrescenta.
Mas mais do que a saúde física, a Covid-19 também afeta profundamente a saúde mental. Segundo o Archangels National Caregiver Survey de 2020, um relatório separado feito em colaboração com a BCBS, cerca de 57% dos prestadores de cuidados que participaram no estudo relataram níveis significativos de stresse, ansiedade ou depressão. Isto revela-se um grande problema, visto que conduz à necessidade de os indivíduos encontrarem refúgio no consumo de álcool, medicamentos e alimentos para lidar com as adversidades. “50% de todos os cuidadores que avaliamos recorreram à comida como um mecanismo para ultrapassar a situação, em comparação com 14% que recorreram a álcool e 18% que recorreram a medicamentos “, disse Drane.