Das cerca de 1.200 pessoas que realizaram ecocardiogramas em hospitais de 69 países, mais de metade, incluindo aquelas com doenças cardíacas pré-existentes, mostraram alterações preocupantes na forma como o coração estava a bombear o sangue. Desses, um em cada sete mostrou evidências de disfunção grave.
Quase metade dos pacientes (46%) apresentaram alterações anormais e um em cada oito (13%) apresentaram disfunção grave. O que levou os cientistas a reforçar a ideia de que a Covid-19 pode conduzir a graves mazelas no coração foi que grande parte dos pacientes (cerca de 900) não apresentava quaisquer problemas cardíacos conhecidos antes do estudo.
Cerca de um terço dos indivíduos envolvidos no estudo teve de alterar o seu tratamento devido aos resultados do ecocardiograma.
Os cientistas responsáveis admitem que o estudo apresenta algumas limitações, pois durante a pandemia, o número de exames realizados é feito de forma muito restrita para evitar a exposição ao vírus. Os pacientes que se submeteram ao ecocardiograma encontravam-se já no hospital e tinham fortes sintomas cardíacos, isto porque os indicadores sanguíneos refletiam os danos no coração.
Segundo a Sky News, Mark Dweck, o especialista responsável pelo estudo, os especialistas ficaram surpreendidos ao ver tantos doentes com danos no coração.
Sonya Babu-Narayan, cardiologista na British Heart Foundation, declara que “este estudo global – realizado no auge da pandemia – mostra que devemos estar atentos às complicações cardíacas em pessoas com Covid-19 para que possamos adaptar o tratamento, se necessário”.