Numa carta aberta, publicada segunda-feira, 29 de junho, Daniel O’Day, CEO da Gilead Sciences, anunciou que a empresa de biofarmacologia norte-americana venderá cada frasco de Remdesivir a 390 dolares (345 euros). A venda destina-se aos governos de todos os países desenvolvidos onde o uso do medicamento tenha sido aprovado ou autorizado. Uma vez que o tratamento recomendado, utilizando o antiviral injetável, é de cinco dias e prevê a utilização de seis frascos, o valor total corresponde a 2.340 dólares, cerca de dois mil euros.
O laboratório defende ainda que o preço estabelecido encontra-se abaixo do valor real do medicamento.
Segundo O’Day, a decisão de atribuir um preço fixo ao Remdesivir nasceu da necessidade de eliminar as negociações de preço país a país. O laboratório defende ainda que o preço estabelecido encontra-se abaixo do valor real do medicamento. O’Day explica que “segundo os resultados do estudo conduzido pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas em pacientes hospitalizados com COVID-19, o Remdesivir reduziu o tempo de recuperação dos mesmos em quatro dias”, o que permitiu aos hospitais norte-americanos poupar cerca de 12 mil dólares por doente.
No caso de países em vias de desenvolvimento, a Gilead estabeleceu acordos com fabricantes de genéricos, a fim de tornar o tratamento acessível, com um custo substancialmente mais baixo.
Até agora visto como um dos medicamentos mais promissores para combater a Covid-19, o Remdesivir foi ainda o primeiro a ser recomendado para aprovação na Europa, para adultos e adolescentes com mais de 12 anos. Em Portugal foi já ativado um programa de acesso precoce (uma situação especial prevista no estatuto do medicamento) que permite o acesso ao antiviral por parte dos doentes graves.
Após o anúncio da farmacêutica norte-americana, as ações da Gilead Sciences cresceram, ainda em pre-mercado, de 74.57 para 76.53, na manhã de 29 de junho.