Para evitar a transmissão do Covid-19 em Macau é proibida, a partir das 00H00 quinta-feira a entrada em Macau de todos os titulares do título de identificação de trabalhador não residente, com exclusão dos titulares do título de identificação de trabalhador não residente que tenham qualidade de residente do Interior da China, da Região Administrativa Especial de Hong Kong e da região de Taiwan”, anunciou o chefe do Executivo de Macau.
No despacho publicado no boletim oficial, Ho Iat Seng determinou que, “por motivo de interesse público, nomeadamente a prevenção, controlo e tratamento da doença, socorro e emergência, e em casos excecionais de manutenção do funcionamento normal (…) ou das necessidades básicas de vida dos residentes, a autoridade sanitária pode dispensar o cumprimento da respetiva medida”.
Ou seja, a partir das 00:00 de quinta-feira só é possível a entrada no território de residentes de Macau, Hong Kong, Taiwan e de algumas regiões da China continental.
Mesmo estes estão sujeitos a uma quarentena obrigatória de 14 dias ao entrarem em Macau, caso tenham estado nos 14 dias anteriores em qualquer outro território.
Esta decisão acontece no dia em que o Governo de Macau anunciou dois casos importados de infeção pelo novo coronavírus, o quinto em cerca de 72 horas, depois de 40 dias sem qualquer pessoa infetada.
Macau registou em três dias cinco novos casos importados, um de Portugal, um de Espanha, outro do Reino Unido e outros dois hoje: Indonésia e Filipinas.
Antes destas cinco confirmações, Macau registava dez casos de infeção com o vírus da Covid-19, tendo todos já recebido alta hospitalar. Agora, o número de pessoas em Macau infetadas aumentou para 15 desde que o surto começou.
“A propagação agora está a ser de alta escala a nível mundial”, frisou hoje, em conferência de imprensa, a coordenadora do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, Leong Iek Hou.
“Há uma forte possibilidade de casos importados aparecerem em Macau”, daí a importância do controlo fronteiriço e das normas de quarentena impostas no início da semana, sublinhou.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou quarta-feira o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 200 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.200 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 82.500 recuperaram da doença.
A China registou nas últimas 24 horas 11 mortos e 13 novos casos infeção pela Covid-19, mas só um é de Wuhan, todos os outros 12 são importados.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 146 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
No total, desde o início do surto, em dezembro passado, as autoridades da China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizaram 80.894 infeções diagnosticadas, incluindo 69.601 casos que já recuperaram, enquanto o total de mortos se fixou nos 3.237.
O número de infetados ativos no país fixou-se em 8.056, incluindo 2.622 em estado grave.
Wuhan, em quarentena desde 23 de janeiro passado, é a região mais afetada no mundo pela doença, com 2.490 mortes.
Os países mais afetados depois da China são a Itália, com 2.503 mortes para 31.506 casos, o Irão, com 1.135 mortes (17.350 casos), a Espanha, com 558 mortes (13.716 casos) e a França com 175 mortes (7.730 casos).
Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
MIM // PJA