O coronavírus já infetou mais de 100 pessoas em Itália, matando duas, o que levou o governo transalpino a anunciar medidas de contenção. “Nas zonas consideradas como de surto, não será autorizada nem a entrada nem a saída, à exceção de autorização particular”, declarou aos media o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte. O chefe de governo anunciou ainda o encerramento de empresas e escolas nessas zonas, e a anulação de todos os eventos públicos (carnavais, competições desportivas, excursões escolares, entre outros).
O principal surto do novo coronavírus Covid-19 encontra-se em redor de Codogno, a 60 quilómetros de Milão. Nesta cidade e em nove localidades vizinhas, todos os locais públicos (bares, câmaras municipais, bibliotecas, escolas), à exceção das farmácias, estão encerrados desde a noite de sexta-feira.
A maioria dos casos na Lombardia tiveram origem num quadro empresarial de 38 anos da multinacional Unilever, hospitalizado desde quarta-feira em Codogno, em cuidados intensivos, e que foi transferido hoje para um estabelecimento com mais condições em Pavia. A sua mulher, grávida de oito meses, está contaminada, e ainda um amigo, frequentadores de um bar, e os médicos que o assistiram de início.
Em conselho de ministros, o Governo aprovou um decreto-lei que na prática isola esta zona onde se concentram mais de 50 mil habitantes. Conte indicou que vão ser instalados postos de controlo e que, se necessário, enviará o exército e todas as forças de segurança.
Um segundo foco de contágio foi detetado na povoação de Vo’ Euganeo, na Venétia (região de Veneza, nordeste). Era desta região o primeiro cidadão italiano, e europeu, (78 anos) que morreu após um teste positivo ao novo coronavírus. A outra morte foi de uma mulher de 77 anos.
Os números incluem três pessoas infetadas fora de Itália, incluindo dois turistas chineses, e um jovem que já teve alta.
A maioria das novas contaminações ocorreram na Lombardia (54 casos) em redor de Codogno, e na Venétia (17 casos). O chefe da proteção civil, Antonio Borelli, também se referiu a dois casos em Emília-Romanha, vizinha da Lombardia, e um no Piemonte, que derivaram do surto de Codogno.
Com Lusa