O caso de uma mulher do estado da Califórnia que ficou contaminada devido a um creme aclarante de pele foi analisado pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças americano (CDC), que concluiu que o produto continha mercúrio tóxico, chamado metilmercúrio, e a exposição a essa forma do metal liquido tem sido associada a problemas do sistema nervoso.
A mulher de 47 anos começou por procurar ajuda médica devido à fraqueza muscular que sentia, a par com movimentos involuntários dos ombros e braços. O seu estado acabaria por agravar-se e a paciente encontra-se em estado crítico, alimentada por sonda e sem conseguir falar ou mover-se devido aos danos no sistema nervoso central.
No estudo publicado no Relatório Semanal de Morbidade e Mortalidade pode ler-se que a americana foi a primeira paciente conhecida afetada pelo envenenamento por metilmercúrio através de um creme clareador de pele nos EUA. “A maioria dos cremes nocivos para branqueamento da pele são intencionalmente contaminados com mercúrio inorgânico”, disse Paul Blanc um dos autores do estudo da Universidade da Califórnia, em São Francisco, ao jornal de medicina Medical Xpress, acrescentando: “Mas neste caso, o paciente usou um produto clareador de pele com mercúrio orgânico, que é muito mais tóxico.”
A família da paciente disse aos médicos que esta utilizou regularmente, durante sete anos, cremes para clarear a pele provenientes do México. A mulher mexicano-americana foi submetida a terapia com quelação, utilizada para remover quantidades tóxicas de metais pesados da corrente sanguínea, mas o seu estado não melhorou.
“A toxicidade do sistema nervoso central, como neste caso, é a característica principal do efeito do mercúrio orgânico e normalmente ocorre após semanas ou meses de exposição. Uma vez manifestada, ela progride rapidamente e piora, apesar da remoção de qualquer exposição adicional “, explicou Blanc.” Infelizmente, a terapia de quelação, que é eficaz no envenenamento por mercúrio inorgânico, não foi feita para ser eficaz para o metilmercúrio.”
Os especialistas recomendam que as pessoas que desejem continuar a usar este tipo de produtos cosméticos verifiquem sempre se o produto possui um selo protetor sob a tampa. O produto também deve vir de lojas conhecidas e os rótulos devem incluir todos os ingredientes, além de instruções e avisos.