A descoberta foi hoje revelada num estudo publicado na revista Nature Microbiology sobre a nova subespécie do parasita ‘cryptosporidium’, responsável por um tipo de diarreia que afeta humanos e animais e que provoca anualmente 57.000 mortes, especialmente de crianças com menos de cinco anos.
Até agora pensava-se que existiam duas espécies principais de ‘cryptosporidium’, uma transmitida entre os humanos e outra de animais para humanos, mas no estudo relata-se a existência de uma subespécie emergente, uma informação importante para os responsáveis pela saúde pública, disse Kevin Tyler, um dos principais autores do estudo.
A equipa descobriu que a nova subespécie evoluiu rapidamente ao hibridizar-se com outra espécie. O intercambio genético terá acontecido recentemente em termos históricos, provavelmente na altura da revolução industrial, quando a urbanização se generalizou e a partir daí a combinação genética que deu origem à subespécie evoluiu com rapidez para se adaptar aos hospedeiros humanos.
Os investigadores sequenciaram e compararam genomas completos de mais de 20 tipos diferentes do parasita, para perceber melhor a forma de infeção e com isso ajudar nas intervenções de saúde pública sobre a prevenção da propagação da doença.
A grande maioria das mortes ocorre em países pobres e não há medicamentos eficazes nem vacinas disponíveis, pelo que perceber a transmissão do parasita é fundamental para combater os surtos.
O parasita espalha-se principalmente pelo contacto com as fezes. Os investigadores alertam que a cadeia de transmissão pode ser quebrada com melhor higiene e saneamento e aconselham a que se ferva a água antes de consumo.
com Lusa