Nas últimas décadas, a ciência tem-nos apresentado centenas de mudanças genéticas que aumentam a possibilidade de uma pessoa estar acima do peso, mas o foco raramente foi sobre os genes das pessoas magras.
Foi isso que este estudo fez agora. Nesta investigação divulgada pela PLOS Genetics, os cientistas compararam amostras de ADN de 1600 pessoas saudáveis e magras – com um índice de massa corporal menor que 18 – com as de 2 mil pessoas gravemente obesas e ainda com amostras de 10400 pessoas de peso normal.
Depois de analisarem também o estilo de vida dos participantes, para descartar qualquer hipótese de distúrbio alimentar, os investigadores descobriram que as pessoas obesas tinham maior probabilidade de ter um conjunto de genes ligados ao excesso de peso. Enquanto isso, as pessoas magras não só tinham menos genes ligados à obesidade como também apresentavam mudanças nas regiões genéticas associadas à magreza saudável.
“Esta pesquisa mostra pela primeira vez que pessoas magras e saudáveis são geralmente magras porque têm uma menor carga de genes que aumentam a probabilidade de se estar acima do peso e não porque são moralmente superiores, como algumas pessoas gostam de sugerir”, sublinhou Sadf Farroqi, professora de Medicina na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e responsável pelo estudo.
“É muito fácil criticar e julgar os outros pelo seu peso, mas a ciência mostra que as coisas são muito mais complexas”, fez ainda questão de salientar, “temos muito menos controlo sobre o nosso peso do que poderíamos pensar”.
Desde 1995 que se tem privilegiado o estudo sobre os genes da obesidade; agora, o próximo passo, avança a equipa que conduziu esta investigação, é identificar os genes exatos envolvidos na magreza saudável e verificar se é possível moldar novas estratégias para perder peso.